terça-feira, 24 de novembro de 2009

É preciso...


O que é preciso é entender a solidão!
O que é preciso é aceitar, mesmo, a onda amarga que leva os mortos.
O que é preciso é esperar pela estrela que ainda não está completa.
O que é preciso é que os olhos sejam cristal sem névoa, e os lábios de ouro puro.
O que é preciso é que a alma vá e venha; e ouça a notícia do tempo, e entre os assombros da vida e da morte, estenda suas diáfanas asas, isenta por igual.
De desejo e de desespero.

Cecília Meireles (1954)
Fotografia: http://www.flickr.com/photos/idsingular/

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