(...) Eu sempre 
querendo ir embora. Mas pra onde? Quero um colo e um quente e um ombro 
que nunca conheci. Não é de homem, de amor, de força. O que é isso? Um 
enjoado que não faz passar mal. Um frio que não precisa de agasalho. Uma
 necessidade absurda de ir para um lugar que eu nem imagino qual seja. 
Uma saudade de vida inteira como se eu já tivesse vivido. Uma coisa 
enorme e ao mesmo tempo concentrada naquela picadinha de inseto atrás do
 meu joelho que incha e incomoda do tamanho do mundo. Uma angústia que 
estremece até aqueles cantos da gente que a gente passa batido. Uma 
coisa de cantos e não de peitos. Mas que acaba com o oxigênio.” 

 
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