(...) eu torço pra não 
chover, eu torço para acordar no meio do dia, eu torço para o dia acabar
 logo. Eu torço para ter alguma coisa que me faça torcer, que me diga 
que eu ainda sei torcer por algo mesmo sem torcer pela gente. Minha 
dança é queda equilibrada, minhas roupas novas são fantasias, meu 
sorriso é espasmo de dor, minha caminhada reta é um círculo que sempre 
me traz até aqui, meu sono é cansaço de realidade, minha maquiagem é 
exagerada, meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu, minhas 
noites são clarões horríveis que me arregaçam o peito e nada pode me 
embalar e aquecer, o frio é interno, o incômodo é interno, nenhum lugar 
do mundo me conforta.”

 
Nenhum comentário:
Postar um comentário