terça-feira, 12 de dezembro de 2017

"Me perdoe


(...) pelos meus mil anos à frente dos nossos segundos e pela saudade melancólica que eu senti o tempo todo mesmo sendo nossos primeiros momentos. Pelo retesamento na hora de entregar. Pela maneira como eu grito e culpo quem tiver perto por uma angustia que sempre foi e será só minha e que eu sempre suporto mas quando sinto amor fico achando que posso distribuí-la um pouco, mesmo sabendo que é fatal. Me desculpe por eu ter querido tanto ficar bonita e perfeita e só ter conseguido olheiras e ossos. Me perdoe pelas vezes que de tanto querer leveza acabei pesando a mão. De tanto querer sentir, pensei sobre como estava sentindo, e perdi o sentimento."

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Do que se admira.



"As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem..."

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

"Cazuza ainda dizia,


(...) lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato."

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

"Não gosto que me peçam para ser boa,


(...) não me peçam nada, mesmo aquilo que eu posso dar. As relações de dependência me assustam. Não precisem de mim com hora marcada e por motivo concreto, precisem de mim a todo instante, a qualquer hora, sei ouvir o chamado silencioso da amizade verdadeira, do amor que não cobra, estarei lá sem que me vejam, sem que me percebam, sem que me avaliem."

domingo, 3 de dezembro de 2017

" Sou tímida.


(...) Um montão de gente ri quando falo isso, mas sou tí-mi-da. Só quem me conhece a fundo sabe. É que sou o tipo de gente que todo mundo pensa que conhece. Mas se enganam feio. Pouquíssima gente me desvenda. Mostro só o que quero. Não por maldade, mas por proteção. A gente tem que aprender a se proteger. Das escolhas dos outros. E até mesmo das nossas próprias escolhas."

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017



“(…) Investir no sossego do nosso próprio coração é saber que aquilo que está doendo deverá ser extirpado e não manter apego ao sofrimento, por mais que o uso do bisturi cause quase a mesma dor. É proporcionar-se bons momentos divorciando-se de tantos lamentos. É não adiar sofrimento postergando decisões tão necessárias. É não se acomodar com a falta de excitação pelas coisas, pessoas, trabalho. É saber-se merecedor de experienciar um amor inteiro, intenso, extenso, imenso, verdadeiro…Recíproco! É aumentar, um pouquinho a cada dia, o seu tamanho. É ter a certeza e a confiança de que as coisas têm um encaixe, mas que é preciso deixar ir, ou ir ao encontro, ou conformar-se com o desencontro, ou esquecer, ou lembrar-se de outras coisas, ou relacionar-se de outra forma (…)”

sábado, 28 de outubro de 2017

"Talvez ninguém tenha te avisado ainda,


(...) então desculpa se eu vou te dar essa notícia sem te preparar antes: a porra do mundo não gira em torno do seu umbigo. Ficou chocado? Acontece."

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

"Bom, feliz talvez ainda não.


(...) Mas tenho assim… aquela coisa… como era mesmo o nome? Aquela coisa antiga, que fazia a gente esperar que tudo desse certo, sabe qual?
— Esperança? Não me diga que você está com esperança!
— Estou, estou."

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

"Foi então que eu descobri.


(...) Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredom lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito. A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?"

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Não há fofoca que compense.



"Quem faz intrigas sobre a vida alheia quer ter algo de sua autoria, uma obra que se alastre e cresça, que se torne pública e que seja muito comentada. Algo que lhe dê continuidade. É por isso que fofocar é uma tentação. Porque nos dá, por poucos minutos, a sensação de ser portador de uma informação valiosa que está sendo gentilmente dividida com os outros. Na verdade, está-se exercitando uma pequena maldade, não prevista no Código Penal. Fofocas podem provocar lesões emocionais. Por mais inocente ou absurda, sempre deixa um rastro de desconfiança. Onde há fumaça há fogo, acreditam todos, o que transforma toda fofoca numa verdade em potencial. Não há fofoca que compense. Se for mesmo verdade, é uma bala perdida. Se for mentira, é um tiro pelas costas."

domingo, 22 de outubro de 2017

"Faço menos planos e cultivo menos recordações.


(...) Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós."

sábado, 21 de outubro de 2017

"Eu gosto de beber café sozinho e ler sozinho.


(...) Gosto de andar de ônibus sozinho e ir andando para casa sozinho. Isso me dá tempo para pensar e definir coisas na minha mente livre. Eu gosto de comer sozinho e ouvir música sozinho. Mas quando eu vejo uma mãe com seu filho, uma menina com seu amante, ou um amigo de rir com seu melhor amigo, percebo que mesmo que eu gosto de ficar sozinho, não gosto de estar sozinho."

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"Você é feliz?


(...) Não espalhe, já que tanta gente se sente agredida com isso. Mas também não se culpe, porque felicidade é bem diferente do que ser linda, rica, simpática e aquela coisa toda. Felicidade, se eu não estiver muito enganada, é ter noção da precariedade da vida, é estar consciente de que nada é fácil, é tirar algum proveito do sofrimento, é não se exigir de forma desumana e, apesar disso tudo, conseguir ter um prazer quase indecente em estar vivo."

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Dos miseráveis.


"O que pode ser mais miserável do que uma pessoa faminta, sem teto, sem futuro, sem saúde? Sabemos que não são poucos os miseráveis do país, mas às vezes esquecemos da quantidade também imensa de miseráveis que está em nossa órbita, cuja barriga não está vazia, mas a cabeça, totalmente."

terça-feira, 17 de outubro de 2017

"A vida é incontornável.


(...) A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, eu sei como dói. Mas passa. Está vendo a felicidade ali na frente? Não, você não está vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar."

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Sobre idade.


“Uma vez, uma amiga minha, mulher feita já, com mais de 30 anos, tinha ido com a irmã visitar um tio ao hospital e ele, repentinamente, faleceu na presença das duas. Elas ficaram sem ação. Viraram-se uma para a outra e a minha amiga disse: Precisamos chamar um adulto. Quando ela me contou, nos fartamos de rir, mesmo entendendo essa sensação de orfandade. Na verdade, não importa que idade tenhamos, há sempre um momento em que é preciso chamar um adulto."

domingo, 15 de outubro de 2017

"As menores coisas podem mudar sua vida.


(...) Num piscar de olhos, pode acontecer algo que não se espera. Enviá-lo a uma jornada não planejada, a um futuro nunca imaginado. Aonde levará você? Esta é a jornada de nossas vidas. Nossa busca pela luz. Mas as vezes, encontrar a luz, significa passar pela mais profunda escuridão. Pelo menos, foi assim comigo."

sábado, 14 de outubro de 2017

"A vida é um piano.



(...) Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música."


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

“Lá fora há milhares de possibilidades de felicidade,


(...) de felicidades possíveis. De realidade. E você eternamente trancada na porta que o mundo fechou na sua cara. Fazendo questão de questionar e atentar o inexistente. Vá viver um grande amor. Olha, faça um favor para mim, antes de tremer as pernas pelo inconquistável e apagar as luzes do mundo por um único brilho falso, olhe dentro de você e pergunte: estupidez, masoquismo ou medo de viver de verdade? 

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

"Não sou tão forte e tão fraca quanto pareço.

 
(...) Me surpreendo o tempo inteiro: quando acho que serei fraca, fico forte. E vice-versa. Sou tudo ao mesmo tempo, preciso me acostumar com o turbilhão que nunca dorme."
 


terça-feira, 10 de outubro de 2017

"Na vida, apenas uma coisa é certa, além da morte e dos impostos.


(...) Não importa o quanto você tente, não importa se são boas suas intenções, você cometerá erros. Você irá machucar pessoas. E se machucar. E se algum dia você quiser se recuperar. Há apenas uma coisa que pode ser dita, esquecer e perdoar. É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático. Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta. Quando alguém erra conosco, queremos estar certos. Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham. E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer."

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

"Me deu assim um disparo no coração,


(...) feito susto que não era bem susto, porque não tinha medo de nada. Ou tinha: medo de uma coisa sem cara nem nome, porque não vinha de fora, mas de dentro de mim."

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

“Meu tipo preferido de gente é aquela que espirra engraçado,


(...) que ri com a mão na barriga, que canta e dança qualquer música. Aquele tipo de gente que tropeça e finge que tá correndo, que sai de pijama na rua, que acorda rindo. Gente que não planeja tudo. Gente que pede licença, que diz “obrigado”, que pede desculpas, que chora assistindo filme. Aquele tipo de gente que é muito sincera, mas sabe quando e como falar, aquele que conversa olhando nos olhos. Aquela gente que diz que te ama, que mexe no cabelo dos outros, que lê as coisas no elevador, que conta piada, que joga conversa fora, que te organiza uma festa surpresa, um almoço ou um jantar surpresa. Aquele tipo de gente que te faz sorrir, que te faz sentir importante, que se importa. Aquele tipo de gente que não tem vergonha de ser feliz. Gente que gosta de gente.”

domingo, 1 de outubro de 2017

"Nem sempre ando entre os meus iguais,





(...) nem sempre faço coisas legais. Me dou bem com os inocentes, mas com os culpados me divirto mais. Ah, eu me divirto mais."

sábado, 30 de setembro de 2017

"Uma das atitudes mais inúteis é varrer as folhas enquanto ainda venta


(...) e, da mesma forma, não adianta tentar argumentar com quem não ouve, nem tentar agradar a todos, porque ninguém consegue ser unanimidade..."

Do óbvio.


"Eu nasci achando que ta óbvio o que eu sou, então qualquer teste sempre me soa como algo estúpido. Não tá estampado na minha cara que sou misteriosa, profunda, louca, genial, gente finíssima e hilária?"

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Heim?


"E eu juro.


(...) Eu juro de pés juntos que eu não acredito “nessa besteira de contos de fadas”, “nessa besteira de finais felizes”. Eu juro, eu olho nos seus olhos, juro pra mim mesmo que esse friozinho na barriga não é nada demais. Que esse coração acelerado não significa nada. Não pode significar nada. Pode?"

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

"Essa sou eu.


(...) Andando rápido por aí. Um pouco de olheira. Com uma tromba imensa, pois me protejo de tudo e odeio quem passa por mim. Qualquer esquina pode ser o fim. Andando lenta, fazendo amizade na banca de jornal, a espera da esquina que mude meu caminho e me ajude a ter menos medo."

terça-feira, 26 de setembro de 2017

"Tratar o outro como uma pilha de cristais finos.


(...) Pois o ser humano é um amontoado de traumas. E cada um desses traumas merece atenção e tato, quase tratamento especial. Daí se faz a intimidade máxima: um conhece os problemas emocionais do outro, muito mais do que as suas mães ou os seus analistas jamais conheceram."

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

"Já tentei me entender, é claro que sim.


(...) Mas vivo me surpreendendo (posso?) comigo. Muitas vezes, penso que não vou suportar, e suporto. Em outras situações, penso que vou conseguir, mas minhas pernas falham e caio no chão. Me desafio, diariamente. Até onde você chega? Vamos lá, mostra para mim quem é você, até onde você é capaz de seguir em frente. E me supero, de um jeito ou de outro, na marra e na garra, diariamente..."

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

"Ensinam muitas coisas as garotas.



(...) Se um cara lhe machuca, ele gosta de você. Nunca tenta aparar a própria franja. E, um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre. Todo filme e toda história, implora para esperarmos por isso. A reviravolta no terceiro ato. A declaração de amor inesperada. A exceção à regra. Mas, às vezes, focamos tanto em achar nosso final feliz, que não aprendemos a ler os sinais. A diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer. Entre os que vão ficar e os que vão nos deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja… Você… Sozinha… Recolhendo os cacos e recomeçando. Ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isto, saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo o constrangimento, você nunca perdeu a esperança."

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Viver grudado é para os siameses.



Acho bonito o casal que não se desgruda. Gosto de olhar os amantes que vivem juntos, andam para cima e para baixo agarrados, atados feito gêmeos siameses. Admiro duplas inseparáveis, pares perfeitos e outras aves raras. Sinto alegria por essa gente e faço votos de que seu amor perdure e frutifique. Mas eu confesso, sem orgulho nem tristeza: isso não é para mim, não.

Respeito quem acredita que pouco consegue fazer na vida sem a presença de sua cara-metade, quem não vai a lugar nenhum desacompanhado, quem liga duzentas vezes ao dia para o ser amado, mesmo sabendo que vai encontrá-lo à noite. Respeito. Mas não sobrevivo cinco minutos em situação assim. Eu preciso ficar um pouquinho comigo mesmo. Careço estar sozinho, mesmo estando acompanhado.

Compreendo quem esbraveja “então é melhor não estar com ninguém, pô!”. É o que eu ouço quase sempre, quando conto a minha tese. Entendo quem me olha raivoso e decreta: “assim você vai morrer só” e outras sentenças. Mas eu não acredito em nenhuma delas. Para caminhar ao lado de alguém não é preciso se acorrentar a ele, renunciar ao resto do mundo, repelir tudo o que mais exista e não possa ser vivido em casal. Isso não é respeitar o outro, não. É anular a si mesmo. Abrir mão da individualidade sem a qual o amor não seria possível.

Não, eu não estou defendendo as chamadas “relações abertas”, como um ou outro talvez imagine. Não me interessam triângulos amorosos, orgias emocionais e afins. Nada disso. Eu só acho que a felicidade de um casal reside na preservação dos indivíduos que o formam.

Casais felizes se aceitam como pessoas únicas, indivíduos imperfeitos, seres falhos que não são obrigados a se completar nem a transbordar coisa nenhuma. Apenas se encontram, se admiram, se desejam, se apoiam e seguem adiante como querem. Juntos, sim. Mas não colados, grudados, presos um ao outro o tempo todo feito irmãos xifópagos atados pelos ossos, dividindo os mesmos rins, vivendo com os movimentos comprometidos e a visão limitada.

Esse tipo de amor não me serve, não. Respeito mas rejeito. Viver grudado é para os siameses. Casais felizes se querem livres e fortes como aves afins, ora migrando juntos para outro canto, ora voando sós e sãos, unidos como indivíduos em toda a saúde de seu amor.

Sobre dor e saudade.


"Você sabe e eu também que sou forte e capaz de carregar sozinha meus fardos. Não fui acostumada a compartilhar minhas aflições com os outros, nem a viver agarrada à saia da minha mãe, mas agora eu adoraria deitar minha cabeça no ombro dele, nem que fosse só por uma vez, e ali ficar quietinha!"

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

"É fato, é verdade; eu cultivo a loucura.


(...) Cultivo a loucura para tornar a realidade suportável. Porque a realidade é inominável. A loucura ou o pesadelo é suportável. Acordamos e lembramos que não era a realidade. Da realidade jamais despertamos."


“Eu sempre tenho que falar menos,


(...) pensar moderadamente, sentir sem tanta intensidade, cortar textos, dosar o amor, diminuir a ansiedade, equilibrar o medo. Minha alma de obesa sofre bullying o dia inteiro.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

"E eu vou escrever sobre o que, agora?


(...) Sobre como tudo sempre dá errado pra mim e com você também não seria diferente? Que, de novo, “não era pra ser”? Nunca é pra ser? Quando é que vai ser?"

domingo, 17 de setembro de 2017

"Eu achava que aos poucos a gente morria de amor,


(...) depois do fim, depois da despedida, mas não, ninguém morre. Dói muito e a angústia chega a apertar o peito, você chora baixinho pra ninguém ouvir antes de dormir e a saudade te invade de um jeito avassalador. Quantas vezes eu quis saber como você estava sem mim, se encontrou outro alguém ou se ainda pensa em nós. Mas, todas as dores, as feridas, as noites em claro, a angústia que se fazia presente em meu peito, a dor que persistia em ficar, tudo isso passou, a tempestade acabou e deixou-me ainda mais forte. Depois do fim é difícil recomeçar e como dói lembrar daquele adeus.

Eu nunca precisei esbanjar sorrisos de graça para parecer bem quando eu não estava. Nunca escondi a saudade e evitei a todo custo fazer pose para parecer feliz, quando de fato eu não estava. Portanto se eu sorrir é porque estou bem, não preciso declarar a minha felicidade aos quatro cantos do mundo como quem precisa mostrar a todos que depois do fim superei de forma mágica, não sofri e que estou melhor do que nunca. Sinceramente, acho desnecessário querer parecer feliz e realizado logo após uma história tão bonita quanto a nossa foi, ter se acabado. Também não vou me abrigar no primeiro abraço, nem me entregar ao primeiro beijo que me aparecer. Não vou me tornar uma pedra e não vou me fechar para a vida, eu só quero um tempo. Um tempo não para ficar sofrendo, chorando e pensando em tudo que acabou, mas um tempo para aproveitar e sugar tudo o que há de bom, recarregar as energias, descobrir novos lugares para ir num sábado à noite, conhecer pessoas que nunca quis conhecer, terminar a minha lista de séries no Netflix, descobrir onde tem o melhor cappuccino, fazer um tour gastronômico pela cidade e planejar a minha próxima viagem. Esse meu coração teimoso precisa aprender a reencontrar o tal do amor próprio.

Hoje tive um encontro comigo e descobri coisas que antes sei lá, passavam despercebidas talvez. Mas sabe, meu sorriso é mesmo bonito, as minhas piadas são realmente muito ruins e eu não sou tão simpática assim. Não tenho preferência musical e meu gosto é um tanto que diferente estranho talvez. Meu abraço é o melhor do mundo e sei apoiar alguém, como ninguém. Realmente você tinha razão quando dizia que fico linda de pijama. Você tinha razão quando dizia que minha risada era engraçada e que sou a melhor companhia de viagem que alguém poderia ter. Você estava certo quando dizia que me faltava coragem às vezes para lutar pelo que eu queria e que eu precisava não me esconder tanto do mundo, não precisava me defender tanto das pessoas e por mais que as feridas fizessem morada em mim eu precisava me esvaziar da dor. Lembrei de quando você me dizia o quanto eu era incrível e que eu merecia tudo de melhor. Eu realmente mereço e é por isso que eu não posso deixar o meu mundo desmoronar, é por isso que não posso criar um bloqueio e impedir que coisas boas cheguem até mim, à dor não pode ser maior do que as possibilidades tão lindas que vejo por aí, e não posso permitir que essa insegurança tire as coisas boas de mim.

Então, eu te desejo abraços calorosos, sorrisos que fazem a gente ganhar o dia, te desejo um cafuné num domingo a tarde, abraços de moletom no inverno, mensagens de bom dia e risadas que fazem doer a barriga. Seja feliz, porque eu também vou ser. Mantenha a sua fé, sua coragem e sua ousadia de viver, porque eu também vou manter a minha alegria, minha paz e meu sorriso encantador. Quero me encantar de novo com a vida, quero continuar me descobrindo, sei que pra pessoas como eu e você sempre há coisas boas reservadas. E não pense que “Não demos certo”, nós demos sim, e muito certo, por um tempo. E agora, outras coisas, pessoas e momentos vão aparecer em nossa vida e vai dar certo novamente, de uma forma diferente, mais intensa talvez ou mais devagarzinho, mas vai, acredite. Talvez a gente se esbarre por aí novamente com o coração mais feliz e maduro, talvez a gente sinta falta e depois de tantos e reencontros decida pousar no mesmo lugar. Aprendendo a aceitar aquilo que não soubemos aceitar, amando aquilo que não conseguimos amar, descobrindo aquilo que tentamos esconder e resolver tudo aquilo que deixamos para depois. Talvez a gente se esbarre novamente com o coração mais calmo e decidido a lutar, a ficar, mas por hoje é melhor alçarmos voo."

sábado, 16 de setembro de 2017

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Sobre encaixes.


"Lembro de quando eu estava no colégio e discutia com minhas amigas que os opostos se atraem. Tudo besteira. Nunca vi uma roqueira tatuada acompanhando um executivo com cara de que trabalha na bolsa. Ela no máximo vai estar com um roqueiro que goste de uma banda que ela odeia. Mais que isso não dá. Não encaixa, e as pessoas precisam se encaixar."