quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

“Me recordei rapidamente de todas as pessoas e coisas que perdi,


(...) por ainda não estar preparada para elas, ou por ainda ter muita curiosidade de mundo e dificuldade em ser permanente…
Recordei de amigos e parentes distantes, aqueles que eu sempre deixo pra depois porque moram muito longe ou acabaram se tornando pessoas muito diferentes de mim, sempre penso “mês que vem faço contato com eles”. E se não tiver mês que vem?
” 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

“Eu torço pra não fazer sol,


(...) eu torço pra não chover, eu torço para acordar no meio do dia, eu torço para o dia acabar logo. Eu torço para ter alguma coisa que me faça torcer, que me diga que eu ainda sei torcer por algo mesmo sem torcer pela gente. Minha dança é queda equilibrada, minhas roupas novas são fantasias, meu sorriso é espasmo de dor, minha caminhada reta é um círculo que sempre me traz até aqui, meu sono é cansaço de realidade, minha maquiagem é exagerada, meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu, minhas noites são clarões horríveis que me arregaçam o peito e nada pode me embalar e aquecer, o frio é interno, o incômodo é interno, nenhum lugar do mundo me conforta.

domingo, 16 de dezembro de 2012

“Queria que algum canto do mundo me acolhesse.


(...) E me abraçasse e dissesse que tudo bem, tudo bem de vez em quando eu perder assim o equilíbrio. Eu queria que existisse um canto do mundo que apenas me deixasse ficar quietinha e quente quando o resto do mundo resolvesse me magoar.” 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

"Gente. Não adianta.



(...) Você pode varrer a sujeira pra debaixo do tapete. Você pode embolar tudo e fechar o armário. Mas peraí. Você vai aguentar a bagunça da sua vida até quando? Você vai fingir que está tudo em ordem pra quê? Pra inglês ver? Ah, dá um tempo. Eu não sou inglesa. Eu não vou abrir a porta e ver você se desmoronar. Por isso, um conselho: limpa sua sujeira. Limpa suas feridas. Limpa sua alma. Faz uma faxina nesse coração. E - preste atenção - faz isso logo. Porque dá rato."

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

“Ainda existe ir embora. Mas da onde?


(...) Eu sempre querendo ir embora. Mas pra onde? Quero um colo e um quente e um ombro que nunca conheci. Não é de homem, de amor, de força. O que é isso? Um enjoado que não faz passar mal. Um frio que não precisa de agasalho. Uma necessidade absurda de ir para um lugar que eu nem imagino qual seja. Uma saudade de vida inteira como se eu já tivesse vivido. Uma coisa enorme e ao mesmo tempo concentrada naquela picadinha de inseto atrás do meu joelho que incha e incomoda do tamanho do mundo. Uma angústia que estremece até aqueles cantos da gente que a gente passa batido. Uma coisa de cantos e não de peitos. Mas que acaba com o oxigênio.” 

“Não pretendo que a poesia seja um antídoto para a tecnocracia atual.


(...) Mas sim um alívio. Como quem se livra de vez em quando de um sapato apertado e passeia descalço sobre a relva, ficando assim mais próximo da natureza, mais por dentro da vida. Porque as máquinas um dia viram sucata. A poesia, nunca.” 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

"Eu amo quando não me forço a existir.


(...) Reduzir meu corpo e o dele a um barco estreito e deixar todo o resto para o mar. O que falta fazer não me cansa. Ainda não cumpri tanta coisa, que não me apresso em pontuar. Farto-me de esperança. Vou imaginando devagarinho para não acabar. Gostaria de preparar as bainhas da calça dele com alfinetes e perguntar de baixo: está bom? Gostaria de descobrir em suas costas uma pinta de infância e conversar com a pinta com a calma de uma bióloga. Gostaria de cumprir realmente uma surpresa, sem a ânsia de contar metade pelo caminho. Gostaria de dar presentes pouco interessado na retribuição. Gostaria de segurar a escada quando ele puxar as roupas de inverno do armário, não me preocupar com a demora e ajudar a escolher as peças que ainda prestam. Gostaria de chegar adiantada a um compromisso, sentar em alguma escada para que pudéssemos lembrar de músicas antigas e inventar o que foi salteado. Gostaria de encontrar restaurantes pequenos, desconhecidos, e beber o riso e rir da bebida. Gostaria de ser sua confidente, escutar o que ele diria ao meu respeito e concordar com as mudanças, desprezando a vaidade. Gostaria de reparar quando ele emprega uma palavra diferente e cuidar para não gastar tanto as velhas. Gostaria de adivinhar o que ele está pensando para devolver seu desejo antes dele tomar banho. Gostaria de cortar suas cutículas para entender sua solidão. Gostaria de soprar as formigas do pote de açúcar, cuidando para não transbordar o vento. Gostaria de perceber o momento em que o café e as giletes estão terminando. Gostaria de enterrar minhas mãos no bolso do casaco dele e esgarçar o forro. Gostaria de ser mal-humorada ao acertar e bem-humorada ao errar. Gostaria de dormir até tarde e só virar para prendê-lo. Gostaria de deixar os vidros fechados antes da chuva. Gostaria de dar três voltas na chave e não esquecer que estou dentro de mim. Gostaria de parecer inteligente diante de pinturas abstratas. Gostaria que ele não perdesse os amigos para ficar comigo. Gostaria de levá-lo ao cinema para depois recuperar as legendas em sua boca. Gostaria de me assustar mais seguido para procurá-lo com veemência. Gostaria de recolher as migalhas da mesa e arremessar o alvoroço das aves pela sala. Gostaria de sussurrar comida na colher de pau. Gostaria de conduzir um táxi para comentar o tempo. Gostaria de espalhar cigarras e vaga-lumes pela grama e vê-lo tropeçar em minha voz. Gostaria de ter sempre a sinceridade de quem sente fome."

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Da Alice que existe em você.


"A gente vai sempre dormir com aquela vontade de fazer diferente no outro dia, de arriscar e sair da rotina. Planos, desejos e sonhos adormecem junto com o nosso sono. Então, no outro dia, com a rotina e tantos problemas, esquecemos de tudo aquilo que prometemos para nós mesmos antes de dormir. Arriscar não é uma tarefa fácil, requer coragem e confiança. Quer uma dica? As pequenas mudanças atraem as grandes. Pequenas atitudes, como um simples sorriso, podem mudar toda a sua vida. Não deixe que o que acontece aqui fora estrague o que reluz aí dentro. As pessoas não precisam te entender. Você precisa. Nós nunca descobriremos o que vem depois da escolha, se não tomarmos uma decisão. Por isso, entenda os seus medos, mas jamais deixe que eles sufoquem os seus sonhos. Siga o coelho. Não tenha medo de entrar nos lugares onde você acha que não cabe. O mundo mágico da felicidade e do amor só existirão se você acreditar neles. Escute sempre a Alice que existe dentro de você."

terça-feira, 13 de novembro de 2012

“Tem hora que é imprescindível chutar o balde.


(...) Tem hora que é fundamental deixar a verdade nua e crua vir à tona. Tem hora que você precisa dizer para sua namorada: eu te adoro, mas quero ficar sozinho hoje à noite, qual é o problema? O problema é que ela passa a te odiar. E você passa a achar que não tem vocação pra ser legal o tempo inteiro. E é verdade. Ninguém tem. É cansativo. Desgastante. Já somos legais à beça por tentar. Tem gente que nem isso.

"Mas eu sinto, sabe?


(...) Sinto muito as coisas. Tudo, todos. Mesmo que eu tente esconder, mesmo que eu tente não me mostrar. Mesmo que eu disfarce. Eu sinto tudo demais. E é por isso que às vezes as coisas doem tanto."

“Você é mais forte do que pensa, mas só se quiser ser.


(...) Você ainda vai chorar, ainda vai ter momentos em que vai achar que não consegue continuar. Mas você tem que agir como se fosse conseguir.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Das verdades.

"Se uma chave abre várias fechaduras, ela é uma chave mestra, uma coisa boa de se ter. Já uma fechadura que é aberta por várias chaves diferentes… bem, esta é uma péssima coisa para se ter”.
 

Das segundas.


domingo, 28 de outubro de 2012

“Bom domingo para vocês.


(...) Segunda-feira é um dia mais difícil porque é sempre a tentativa do começo de vida nova. Façamos cada domingo de noite um réveillon modesto, pois se meia-noite de domingo não é começo de Ano Novo é começo de semana nova, o que significa fazer planos e fabricar sonhos. Meus planos se resumem, para esta semana nova, em arrumar finalmente meus papéis, já que a governanta eu não vou ter mesmo. Quanto aos sonhos, desculpem, guardo-os pra mim, como vocês guardam, com o olhar pensativo, de quem tem direito, os próprios.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A grama do vizinho


"Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco. Há no ar certo queixume sem razões muito claras.
Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia:
"Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento".
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores. "Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo".
Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento."

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Irmã,





Já passamos por cada situação, já tivemos brigas tão grandes e por motivos tão pequenos, mas, hoje, olhando para trás vejo que ainda estamos por aqui e que tudo que vivemos, foi para crescermos de alguma forma. E, mesmo com nossas brigas e diferenças, sempre estivemos uma perto da outra, independente de qualquer coisa.

Por isso, eu agradeço por tudo que fez por mim, por todos os momentos que olhei para os lados e, ao pensar que estava sozinha, percebia que estava logo atrás, olhando meus passos e prestes a me segurar caso caísse.

Muito obrigado minha irmã, por tudo que você representa e, agradeço a Deus por ter colocado ao meu lado, pois tenho certeza que nunca deixaremos de estar próximas uma da outra.

Feliz aniversário irmã! Que seus sonhos se tornem realidade e você tenha muito sucesso sempre! Amo você!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

“Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio:


(...) essa chuva e esse frio parece que empurram a gente mais para dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

"Sinceridade não é dizer à toa, sem contexto,


(...) é aguardar o momento, o assunto, a deixa.
Não é expor direto, quando está a fim, mas quando a outra pessoa também pode ouvir e entender.
É o encontro de duas vontades.
Sinceridade não é se livrar de nossos medos e falar o que vem à cabeça.
Não, o nome disso é precipitação.
É preguiça de se apresentar, de criar intimidade e de atravessar todo o caminho do pensamento.
É procurar chegar sem viajar, desembarcar sem se deslocar. 
 É se livrar da tarefa da conversa.
 Sinceridade mesmo é cuidar daquilo que se fala.
Não atropelar as pessoas com as nossas idealizações.
Despejar nossa vontade não é sinceridade, mas pancadaria."

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Reza


"Deus me proteja da sua inveja
Deus me defenda da sua macumba
Deus me salve da sua praga
Deus me ajude da sua raiva
Deus me imunize do seu veneno
Deus me poupe do seu fim

Deus me acompanhe

Deus me ampare
Deus me levante
Deus me dê força

Deus me perdoe por querer

Que Deus me livre e guarde de você..."

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

“Não seja desnecessariamente sobrecarregado pelo passado.


(...) Vá fechando os capítulos que você já leu; não há necessidade de ficar voltando e voltando de novo. E nunca julgue nada do passado pela nova perspectiva que está chegando, porque o novo é o novo... o antigo foi certo dentro de seu próprio contexto e os dois são incomparáveis.”

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

”(…) Eu também quero reivindicar, posso?


(...) Eu quero paz. Quero menos buzinas, menos gritos, menos (muito menos) telefones, menos carros-radinhos-de-pilha, menos reformas que não acabam, menos ruídos, menos chiados, menos volume. Quero silêncio lá fora! Há barulho demais dentro de mim.

em "Lembretes"

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

“Dentro da igreja, ajoelhe-se.


(...) No estádio de futebol, grite pelo seu time. Numa festa, comemore. Durante um beijo, apaixone-se. De frente para o mar, dispa-se. Reencontrou um amigo, escute-o. Ou faça de outro jeito, se preferir: dentro da igreja, escute-o. Durante um beijo, dispa-se. No estádio de futebol, apaixone-se. De frente para o mar, ajoelhe-se. Numa festa, grite pelo seu time. Reencontrou um amigo, comemore. Esteja, entregue-se.

"Conte suas bençãos,


(...)  não seus problemas."

terça-feira, 25 de setembro de 2012

“Não se deixe enganar, a mulher tinha coração.


(...) Um coração maior do que as pessoas suporiam. Havia muita coisa armazenada nele, em quilômetros de prateleiras altas e ocultas.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

"Eu tinha que dizer ou fazer alguma coisa,


(…) só não sabia o quê."

“Às vezes o que parece um descaminho,






(...) na verdade é um caminho inaparente que conduz a outro caminho melhor. As vezes não. O que a gente pode fazer é dar crédito ou não à pessoa. Freqüentemente não vale a pena. Freqüentemente, vale.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

“Deus me aparece — muito! — quando estou em frente ao mar.


(...) Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele. A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

‎"Ando tão absorta em mim



(...) que nem vejo as pessoas saindo e entrando da minha vida. Fica se quiser. O que uns chamam de egoísmo, chamo de paz."

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

“Daqui a 50 anos eu ainda vou saber seu nome



(...) e vou me lembrar de todas as vezes que você me fez sorrir.”

"Tenho planos, claro (todo mundo tem).


(...) Mas objetivamente estou aqui sem nada à minha frente. O momento futuro é uma incógnita absoluta. Eu não posso pensar “não, daqui a um ano eu vou pro campo ou eu caso ou me formo ou vou à Europa”. Eu não sei. Fico esperando que pinte uma coisa, naturalmente. E essa falta de ação me esmaga um pouco."

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

"Você tem alguma receita pra gente mudar de vida?


(...) E pra tomar decisões? E para mudar de personalidade? E para flagrar-se? E para pagar o karma em suaves prestações? E pra desorientação aguda, você tem? Se tiver, me passa que eu preciso."

quinta-feira, 26 de julho de 2012

“Cada um de nós mereceria ao menos uma reportagem


(...) para homenagear nossos dons mais secretos, aqueles que acontecem bem longe dos holofotes. O dom de viver sem aplauso e sem platéia. O glorioso e secreto dom de vencer os dias.

Feliz Dia das Avós


Para minhas amadas: vovó e minha oma!

terça-feira, 24 de julho de 2012

“Mulher não é boneca inflável, só tem quem pode!


(...) Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver aguentar o tranco de conquistar corpo e alma, até o final.