(...) Mas agora sei que a única linguagem que me interessa é a da delicadeza."
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
"Quando eu me perco é quando eu te encontro,
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Dos abraços.
"Abraço é realmente uma coisa muito boa. Na verdade é mágico. Tem abraço de saudade, que é aquele em que os braços grudam na pessoa, tentando diminuir toda a falta que fez durante algum tempo. Tem abraço de gente apaixonada que esperou demais, é quase sufocante e muito intenso, como se o mundo precisasse parar desse jeito. E tem abraço de amor, eterno, que deixa o perfume gravado na alma até mesmo depois de terminar. Abraço é a dádiva de poder dizer com os braços o quão perto quer uma pessoa, o quanto tem medo de perder e o mais importante, o quanto esperou e faria a mesma coisa, milhões de vezes pra sentir a paz que só um alguém pode te passar. É o jeito do ser humano dizer que se sente vivo por alguém."
"Estou contando ao senhor, que carece de um explicado.
(...) Pensar mal é fácil, porque esta vida é embrejada. A gente vive, eu acho é mesmo para se desiludir e desmisturar. A senvergonhice reina, tão leve e leve pertencidamente, que por primeiro não se crê no sincero sem maldade. Está certo, sei. Mas ponho minha fiança: homem muito homem que fui, e homem por mulheres! - nunca tive inclinação pra os vícios desencontrados. Repito o que, o sem preceito. Então - o senhor me perguntará - o que era aquilo? Ah, lei ladra, o poder da vida. Direitinho declaro o que, durando todo tempo, sempre mais, às vezes menos, comigo se passou. Aquela mandante amizade. Eu não pensava em adiação nenhuma, de pior propósito. Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Diga o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava. E eu mesmo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não. E eu mesmo entender não queria. Acho que. Aquela meiguice, desigual que ele sabia esconder o mais de sempre. E em mim a vontade de chegar todo próximo, quase uma ânsia de sentir o cheiro do corpo dele, dos braços, que às vezes adivinhei insensatamente - tentação dessa eu espairecia, aí rijo comigo renegava. Muitos momentos."
em Grande Sertão: Veredas
"Eu peço a Deus tudo o que eu quero e preciso.
(...) É o que me cabe. Ser ou não ser atendida - isso não cabe a mim, isso já é matéria-mágica que se me dá ou se retrai. Obstinada, eu rezo. Eu não tenho o poder. Tenho a prece."
domingo, 26 de fevereiro de 2012
“Alguma coisa deu errado em mim,
(...) eu não sei te explicar e eu não sei como arrumar e nem sei se tem ajuda pra isso. Mas meu corpo inteiro se revolta quando gosto de alguém. Me armo inteira pra correr pra bem longe e pra lutar com unhas gigantes quem tentar impedir. Me mata constatar como é ridículo ficar com saudade só de você ir tomar banho. Ter que sentir ciúme ou mágoa ou solidão e sorrir para não ser louca.”
"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca.
(...) A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
.
em Memórias de Emilia
sábado, 25 de fevereiro de 2012
"A vida, a noite, as festas, tudo continua igual.
(...) O mesmo fedor de cigarro no cabelo, o mesmo homem bonito me olhando de longe, o mesmo homem bonito que, quando chega perto e abre a boca, eu gostaria que tivesse permanecido longe. O mesmo ânimo em pertencer, a mesma alegria em comemorar, a mesma festa em se encontrar. Mas ninguém sabe exatamente ao que pertence, o que comemora e muito menos o que encontra."
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
"Ela sorri fácil,
(...) isso já notei, então penso alguns segundos antes sobre que tipo asqueroso de babaca faz aquele tipo de garota chorar em cafeterias fechadas, às dez da noite."
“Fechei a porta, encostei a parte de cima da cabeça contra ela.
(...) Só nos filmes as pessoas fazem isso, nunca vi ninguém fazer de verdade. Comecei a fazer para ver se sentia o que as pessoas sentem nos filmes – pessoas sempre sentem coisas nos filmes, nos bares, nas esquinas, nas músicas, nas histórias. Nas vidas acho que também, só que não se dão conta. Depois percebi que aquela dor que sobe ali do olho esquerdo pela testa diminuía um pouco assim, então fui me virando até apertar o lado esquerdo da cabeça, justamente onde doía, contra a porta fechada. A dor doía menos assim, embora não fosse exatamente uma dor. Mais um peso, um calafrio. Uma memória, uma vergonha, uma culpa, um arrependimento em que não se pode dar jeito."
“Eu digo e repito, ando com satisfação da vida sim,
(...) eu acordo de manhã e já mando um sorriso pro Sol acreditando que ele também está sorrindo pra mim, durante o dia, penso em coisas boas, tá, tá, você sempre me disse que é bobagem o que eu acredito, mas deixa, eu ainda acho que pensar coisas boas, atraem coisas boas, você que fica ai, achando que a vida não é tão bonita! Como não poderia ser? Sabia que hoje o moço da padaria sorriu pra mim, só por um “Obrigada pelos pães seu moço!”, e a moça da livraria que deixou cair os livros, fui recolhendo tudo do chão e não é que ela abriu outro sorriso de brilhar os olhos e disse “Obrigada mocinha!”, como é que você ainda acha que a vida não é tão bonita? Bobagem a sua, de sorrir tão pouco.”
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
"Ele disse para ela ir se tratar, e então foi isso que ela fez.
(...) Tratou o cabelo, tratou a pele, tratou do corpo, tratou de conhecer gente nova, tratou de viajar, tratou de rir, tratou de se divertir […] E foi se tratando que percebeu que não precisa dele pra ser amada, e sem ele tratou de ser feliz."
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
“Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados…
(...) Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.”
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
“Você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado,
(...) assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente.”
Vamos ver...
“A paixão é o teste do excesso - toda hora se ver, toda hora ficar junto -, maneira de descobrir se a relação enjoa ou desperta o vício.”
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
“Meu coração é meio bobo.
(...) Me chame de princesa, que eu derreto. Me chame de pequena, que eu me apaixono. Me chama de querida, que eu adoro. Me chama de anjo, que eu cuidarei de você como um. Me chama de doce, e adoçarei a sua vida. Me chame de amor, e eu vou te amar. Me chame de linda, que eu tentarei fazer da sua vida mais bonita. Me chama de sua Julieta, e você será meu Romeu. Me chama de bebe, e eu deixarei que você cuide de mim. Mas me chame de minha, e eu serei somente sua.”
"Quando ele sorri desarmado,
(...) limitado e impotente, para todas as minhas dúvidas, inconstâncias e chatices, eu sei que é daquele sorriso que minha alma precisava. Ele não faz muito pela minha angústia existencial, até por não saber. E consegue tudo de mim. Consegue até o que ninguém nunca conseguiu: me deixar leve. (…) Eu quero parar com tudo isso, ele é um menino que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura. Eu quero colocar um fim neste tormento de desejar tanto quem ainda tem tanto para desejar por aí. E aí eu me pergunto: pra quê? Se está tão bom, se é tão simples. Ele me ensinou que a vida pode ser simples, e tão boa."
domingo, 19 de fevereiro de 2012
“Fico quieto.
(...) Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer — e pensando mais longe, por isso mesmo literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão.”
Mal de Amor.
Toda a pena de amor, por mais que doa,
No próprio amor encontra recompensa.
A lágrima que causa a indiferença
Seca-a depressa uma palavra boa!
A mão que fere, o ferro que agrilhoa
Obstáculos não são que Amor não vença
Amor transforma em luz a treva densa;
Por um sorriso, Amor tudo perdoa.
Ai de quem muito amou não sendo amado
E depois de sofrer tanta amargura
Pela mão que o feriu não foi curado...
.
Noutra parte há de em vão buscar ventura:
Fica-lhe o coração despedaçado,
Que o mal do Amor, só nesse Amor, tem cura.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer.
(...) Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar."
“Vamos, não adianta nada chorar assim!”
(...) disse Alice para si mesma, num tom um tanto áspero, “eu a aconselho a parar já!” Em geral dava conselhos muitos bons para si mesma (embora raramente os seguisse), repreendendo-se de vez em quando tão severamente que ficava com lágrimas nos olhos.”
“— Uma vez eu li algo que adorei.
(...) ‘Aplausos para os homens que se apaixonam por um sorriso e não por um decote’. Concorda comigo?
— Em partes. Prefiro essa: ‘Aplausos para os homens que continuam apaixonados pelo sorriso, mesmo quando percebem que o decote da vizinha é melhor.”
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
"A vida é um piano.
(...) Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música."
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
“Quem me dera estar ao ar livre.
(...) Quem me dera ser de novo aquela criança, meio selvagem, audaciosa e livre… e rir das ofensas em vez de me preocupar com elas! Por que estou tão mudada? Por que ferve o meu sangue com tanta facilidade com umas míseras palavras?”
"Eu juro que não sei classificar o fato de não conseguir parar de pensar em você.
(...) Eu não tenho conseguido me concentrar em mais nada a não ser você, o que é ainda mais incrível é que quando te encontro me da ainda mais saudades. Pra ser sincera odeio coisas que não consigo explicar, elas me assustam. Eu só tenho uma coisa pra confessar: você me faz tão bem."
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
”Você pode conhecer vinte caras bonitos e que te entendem muito bem,
(...) dez caras legais que cuidam de você como se fosse um diamante precioso, uns outros tantos inteligentes, atraentes, bacanas e engraçados em ordem aleatória. Nenhum deles te encanta. Por que? Falta o tão chamado click, aquele jeito especial que ninguém explica. Pode ser o jeito de mexer no cabelo, a forma como ele te olha, que conversa contigo ou até mesmo um jeito secreto que nem o profeta mais sábio percebe, mas que está lá, você pode ver. Entre tantos milhares, talvez um ou outro se salve ao filtro do ‘jeito’, e daí você percebe: é esse que eu quero abraçar e não largar mais, com quem eu quero me enrolar embaixo de cobertores e com quem eu quero dividir todos meus segredos. Baseado no que? Num jeito inexplicável ao resto do mundo.”
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
domingo, 12 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
“Para toda angustiante interrogação, existe uma inesperada exclamação.
(...) Para toda vírgula que não te deixa ir adiante, existe um ponto final. Para toda reticência que dói para sempre, existe um novo parágrafo.”
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
“Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava.
(...) Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia o sossego.”
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
“Tem uma felicidade mansa por dentro, devagarinho.
(...) A casa bonita. Os dias bonitos. A roseira bonita. E pessoas novas (tem coisa melhor que gente?). E trabalhos novos (breve a cores). Guardo o meu amor por dentro. É precioso. Pensar nele faz com que eu tenha vontade de cuidar de mim mesmo – então é bom. Guardando, guardando, feito jóia. Precioso, delicado. (…)
“Se me perguntarem
(...) qual o sentimento que considero mais bonito ou mais importante, vou abrir um sorriso e dizer: O correspondido!”
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Dos desejos.
“Aonde está a força de negar um desejo se enquanto ele não é saciado continua existindo? O tempo não se encarrega de matar desejos (…) Esse é o maior problema dos desejos, eles não aceitam não como resposta. Você só coloca um ponto final nele se for até o fim.”
“E você ainda é o homem mais lindo do mundo.
(...) No canto da foto dos amigos bêbados, e você é o homem mais lindo do mundo. Com gorro, no meio da confusão do frio. Escondido embaixo de tanta roupa. No fundo do mar. No escuro. De costas naquela festa chata. Meu Deus, como você é lindo. Não sei direito o que é aurora boreal, mas acho que deve ser algo lindo que se formava enquanto você era feito. Não sei direito o que é isso que eu sinto por você. Mas como é maravilhoso fumar você, cheirar você, tomar você, injetar você. Calar a boca. Me pergunta uma daquelas coisas para eu dar uma daquelas respostas que você morre de rir. Me deixa pirar no seu céu da boca escancarado. Você se joga pra trás. E só porque você e o mundo inteiro tem certeza do quanto você é lindo, você faz questão de sempre se largar no mundo. É a liberdade que só tem quem é infinitamente lindo ou infinitamente feio. Eu sou mais ou menos, mas nesse segundo, já que comprei sua beleza, sou a mulher mais linda do mundo. Me deixa ser linda vestindo você. Outro dia me peguei pensando um absurdo que me fez feliz. É triste, mas me fez feliz. Pensei se isso que você faz, de ficar horas comigo depois de ter ficado horas comigo. Se isso é algum tipo de caridade sua. Porque, veja bem. Somos plantas e pássaros diferentes. Eu sou a bonitinha que lê uns livros e vê uns filmes. Você é essa força absoluta e avassaladora que jamais precisará abrir a boca para impor sua vitória. Você coloca aquele moletom cinza com dizeres do surf e eu experimento um guarda-roupas inteiro pra ficar à sua altura. Você é essa força da natureza que deu certo. E como eu não sou mulher de correr da dor, deixo ela entrar aos pouquinhos, esbugalhar meus sentidos, enfraquecer meu orgulho. Quando vejo, estou calada novamente, ouvindo o que você não diz e vendo o que você não faz . Não existe não morrer um pouco quando você chega.”
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