quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

"Notas sobre ela:


Ela adora viajar
e adora ficar sozinha
pelo mesmo motivo
ama lugares novos
lugares novos no mundo
e lugares novos dentro de si."

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

“Cometa bobagens.


(...) Não pense demais porque o pensamento já mudou assim que se pensou. O que acontece normalmente, encaixado, sem arestas, não é lembrado. Ninguém lembra do que foi normal. Lembramos do porre, do fora, do desaforo, dos enganos, das cenas patéticas em que nos declaramos em público. Cometa bobagens. Dispute uma corrida com o silêncio. Não há anjo a salvar os ouvidos, não há semideus a cerrar a boca para que o seu futuro do passado não seja ressentimento. Demita o guarda-chuva, desafie a timidez, converse mais do que o permitido, coma melancia e vá tomar banho de rio. Mexa as chaves no bolso para despertar uma porta. Cometa bobagens. Não compre manual para criar os filhos, para prender o gozo, para despistar os fantasmas. Não existe manual que ensine a cometer bobagens. Não seja sério; a seriedade é duvidosa; seja alegre; a alegria é interrogativa. Quem ri não devolve o ar que respira. Não atravesse o corpo na faixa de segurança. Grite para o vizinho que você não suporta mais não ser incomodado. Use roupas com alguma lembrança. Use a memória das roupas mais do que as próprias roupas. Desista da agenda, dos papéis amarelos, de qualquer informação que não seja um bilhete de trem. Procure falar o que não vem à cabeça. Cantarolar uma música ainda sem letra. Deixe varrerem seus pés, case sem namorar, namore sem casar. Seja imprudente porque, quando se anda em linha reta, não há histórias para contar. Leve uma árvore para passear. Chore nos filmes babacas, durma nos filmes sérios. Não espere as segundas intenções para chegar às primeiras. Não diga “eu sei, eu sei”, quando nem ouviu direito. Almoce sozinho para sentir saudades do que não foi servido em sua vida. Ligue sem motivo para o amigo, leia o livro sem procurar coerência, ame sem pedir contrato, esqueça de ser o que os outros esperam para ser os outros em você. Transforme o sapato em um barco, ponha-o na água com a sua foto dentro. Não arrume a casa na segunda-feira. Não sofra com o fim do domingo. Alterne a respiração com um beijo. Volte tarde. Dispense o casaco para se gripar. Solte palavrão para valorizar depois cada palavra de afeto. Complique o que é muito simples. Conte uma piada sem rir antes. Não chore para chantagear. Cometa bobagens. Ninguém lembra do que foi normal. Que as suas lembranças não sejam o que ficou por dizer. É preferível a coragem da mentira à covardia da verdade.

sábado, 10 de fevereiro de 2018


"Vou querer namorar? Não. Vou querer casar? Não. Vou querer pra pai dos filhos? Não. Então deixa pra lá que já tô velha pra essa palhaçada."

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

"Porque na realidade, eu estava sentindo falta do que eu sou.




(...) Estava sentindo falta de momentos, dessas palavras que demonstraram por muito tempo os meus sentimentos, de todos os ‘eu te amo’ que eu já ouvi - por mais falso que foi - eu estava sentindo falta dessa pessoa que eu sou, que eu me tornei. Eu, por muito tempo, que passar a maior parte do tempo, longe de mim, longe das pessoas, longe de tudo, mas no final isso não adianta não é mesmo? Pois é, por um tempo eu estive tentando fazer com que a minha rotina não fosse tão tediosa, ou qualquer coisa, do tipo. Porque chega uma hora que você cansa. Não cansa só das coisas que acontecem, ou das pessoas que estão na sua vida - ou até mesmo das que estão de passagem -, chega uma hora que você cansa de você. E eu estive lutando pra que isso não acontecesse comigo sabe? Só queria que alguém soubesse do meu esforço… e me entendesse."



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018


"Sobre as ondas do mar, sobre as águas na areia, minha força é do mar, minha mãe é sereia..."

Viva Iemanjá, Rainha do Mar