domingo, 30 de maio de 2010
Amor.
"O que a maioria das pessoas chama de amor são formas neuróticas encontradas para não ficarem sozinhas e costumam estar vinculadas a uma série de condições, caracterizando um jogo nem um pouco saudável. (...) Amor, de verdade, precisa ser incondicional. O amor incondicional liberta ao invés de aprisionar, faz crescer ao invés de conter, expande ao invés de comprimir."
Dr. Lair Ribeiro, psiquiatra.
Só quem entende de doido pode entender de amor mesmo...
Castigo.
"Talvez esse seja um castigo justo para aqueles que não possuem coração: só perceber isso quando não pode mais voltar atrás."
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Não me importa...
"... o que você faz para sobreviver. Quero saber qual a sua dor e se você tem coragem de encontrar o que seu coração anseia. Não me importa saber sua idade. Quero saber se você se arriscaria parecer com um louco por amor, pelos seus sonhos, pela aventura de estar vivo. Não me importa saber quais planetas estão quadrando sua lua. Quero saber se você tocou o âmago de sua tristeza, se as traições da vida lhe ensinaram, ou se omitiu por medo de sofrer. Quero saber se você consegue sentar-se com as dores, minhas ou suas, sem se mexer para escondê-las, diluí-las ou fixá-las. Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se pode dançar com selvageria e deixar o êxtase preenchê-lo até o limite sem lembrar de suas limitações de ser humano. Não me importa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro para si mesmo, se pode suportar a acusação da traição e não trair sua própria alma. Quero saber se você pode ser fiel e consequentemente fidedigno. Quero saber se você pode enxergar a beleza mesmo que não sejam bonitos todos os dias, e se pode perceber na sua vida a presença de Deus. Quero saber se você pode viver com as falhas, suas e minhas, e ainda estar de pé na beira do lago e gritar para o prateado da lua cheia. Sim? Não me importa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem.Quero saber se você pode levantar depois de uma noite de pesar e desespero, exausto, e fazer o que tem de fazer. Não me importa saber quem você é, ou como veio parar aqui. Quero saber se você estará ao meu lado no centro do fogo sem recuar. Não me importa saber onde, o que, ou com quem você estudou. Quero saber o que sustenta o seu interior quando todo o resto desaba. Quero saber se você pode estar só consigo mesmo e se verdadeiramente gosta da companhia que carrega em seus momentos vazios".
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Essa mania.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Deus não nos tira as coisas, Ele apenas nos livra delas!
"Que mulher não ficaria insana e desequilibrada ao lado de um homem que diz com a boca que ama, mas não diz com os olhos, que diz com a boca que está ali para o que der e vier, mas não diz com os atos? Que mulher não piraria e não ficaria chata ao lado de um homem cheio de músculos, mas sem nenhuma força para ser um homem melhor? Não, eu não queria o homem perfeito que eu idealizei não, eu só queria um homem de verdade. Um homem que namora de verdade, que ama de verdade, que tenta de verdade, que encara a vida de verdade, que sofre de verdade, que tem saudade de verdade, que tem dor de verdade, que é humano de verdade". Isso ele não foi. E engraçado... tanto eu quis que ele voltasse! De repente ele volta, como se nada tivesse acontecido. Mas aconteceu, aconteceu muita coisa! Qual parte ele não entendeu? Aconteceu você! Qual parte você também não entendeu? Agora eu só quero que você fique! E quanto mais disponível ele se torna, mais eu me afasto. Quem diria?
Deus não nos tira as coisas, Ele apenas nos livra delas! "E foi então que eu descobri uma coisa fantástica, talvez a mais fantástica de todas: quando a gente pára de procurar desesperadamente por um amor, a gente percebe que pode amar qualquer coisa". E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem ele e passei a ter pena dele por estar sem mim. Coitado. E respondo a todos os rapazes, amigos e empregos que não forem verdadeiros, bem intencionados e a fim de me fazer feliz: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO! Agradeço, mas dispenso. Tô fora de balada, ninguém cura amor em um lugar onde todo mundo se "pega" (?). Tá certo que muito do que eu faço não penso, me lanço sem compromisso. Mas vou no meu compasso. Danço, não canso, a ninguém cobiço. Tudo o que eu te peço é por tudo que fiz e sei que mereço. Posso, e te confesso: você não sabe da missa um terço. Sei que às vezes ainda disse "chega, chega cá, nêgo!". "Mas chega. Hoje decidi que estou prestes a assumir meu coração vazio. Não decidi isso movida por uma grande coragem ou por um momento de iluminação. Nada grandioso aconteceu. Apenas sinto que dei um pequeno, quase imperceptível, passo para uma vida mais madura. Eu simplesmente não suporto mais pintar o céu de cor-de-rosa para achar que vale a pena sair da cama".
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Ela era atormentada por fantasmas...
Não de antepassados, histórias contadas, medos ancestrais. Não. Era atormentada pelos fantasmas do que viria a seguir. No próximo emprego, no próximo encontro, na próxima esquina. E contra esses fantasmas, não tinha como lutar. Seria completamente novo, surgiria do nada, transformaria o agora. Como lutar contra o inesperado? Ela estava indefesa. Com os fantasmas do que viria a seguir lhe impedindo de seguir adiante, porque era adiante que morava o perigo. Era atormentada por silêncios, medos e vazios. Era atormentada pelo que não conhecia.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Desassossegados!
À raça dos desassossegados pertencemos todos, negros e brancos, ricos e pobres, jovens e velhos, desde que tenhamos como característica desta raça comum, a inquietação que nos torna insuportavelmente exigentes com a gente mesmo e a ambição de vencer não os jogos, mas o tempo, este adversário implacável.
Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete constante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade.
Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem menos amor do que planejavam.
Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam ao concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam.
Desassossegados não podem mais ver o telejornal que choram, não podem sair mais às ruas que temem, não podem aceitar tanta gente crua habitando os topos das pirâmides e tanta gente cozida em filas, em madrugadas e no silêncio dos bueiros.
Desassossegados vestem-se de qualquer jeito, arrancam a pele dos dedos com os dentes, homens e mulheres soterrados, cavando uma abertura, tentando abrir uma janela emperrada, inventando uns desafios diferentes para sentir sua vida empurrada, desassossegados voltados pra frente.
Desassossegados desconfiam de si mesmos, se acusam e se defendem, contradizem-se, são fáceis e difíceis, acatam e desrespeitam as leis e seus próprios conceitos, tumultuados e irresistíveis seres que latejam.
Desassossegados têm insônia e são gentis, lhes incomodam as verdades imutáveis, riem quando bebem, não enjoam, mas ficam tontos com tanta idéia solta, com tamanha esquizofrenia, não se acomodam em rede, leito, lamentam a falta que faz uma paz inconsciente.
Desta raça somos todos, eu sou, só sossego quando me aceito.
Acender.
"Até que num belo momento, depois de muito cansaço, depois de muito doer, depois de muita neblina, depois de muita busca, sobretudo, a gente descobre, contente que nem criança diante de novidade, onde o amor estava o tempo todo.
Onde estava a chave. Onde estava o alimento. Maravilhados, começamos a cuidar de nós mesmos.
Começamos a dedicar carinho e delicadeza a nós mesmos, esses que pensávamos que podiam vir somente dos outros.
Descobrimos que o interruptor que faz a vida acender,esteve o tempo inteiro no nosso próprio coração."
Coração.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Tomara.
Tomara que os olhos de inverno das circunstâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos de sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer, ínfima, tímida, para ver também um bocadinho de céu. Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem de sentir confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. Tomara.
Ele.
"Jamais sofra por antecipação. Acredite no livre arbítrio e desacredite em seres pré-destinados. De toda forma, nenhuma folha cai de uma árvore sem que o Criador queira"
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Cada um é arquiteto de sua própria sorte.
"O importante não é quantas pessoas telefonam pra você, nem com quem você saiu ou está saindo. Também não importa se você nunca namorou ou com quem namorou. O importante não é quem você conhece. O importante não são seus sapatos, nem seus cabelos, nem a cor da sua pele, nem onde você mora, que academia você freqüenta ou o colégio que freqüentou. Na verdade, o importante nunca foram suas notas, seu dinheiro, suas roupas ou se passou na faculdade. O que importa é que você goste do que faz e se valorize por isso. Ninguém paga suas contas além de você mesmo. Na vida, o importante não é ser aceito ou não pelos outros. O importante na vida é quem você ama e quem você fere. É como você se sente em relação a você mesmo. É poder confiar em alguém. É ter do lado amigos de verdade e substituir o ódio por amor. Se tiver inimigos, que seja uma escolha deles. O importante na vida é evitar a inveja, não querer o mal dos outros, superar sua própria ignorância e construir uma história bonita. Importante é o que você diz e o significado de suas palavras. É gostar das pessoas pelo que elas são e não pelo que têm. Isso é importante. Poucos ainda sorriem sinceramente e olham nos olhos. Sorria e seja verdadeiro assim mesmo, com você."
Para uma amiga em especial!
Bonequinha que estava melancolica ontem, hoje te alegro!
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Mude.
"Muder sempre que puder ou quiser. Fuja da tentação confortável de estar conformado com você mesmo. Ainda que demore, ainda que doa, procure se conhecer, saber o que você é e o que você quer. E , então, dê o seu melhor, porque a vida lhe retribuirá na mesma medida."
O mundo não é tão injusto assim como se pensa! Hoje eu sei! =)
terça-feira, 11 de maio de 2010
Uma terceira perna.
" Perdi alguma coisa que era essencial e já que não me é mais . Não me é necessária , assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável . Essa terceira perna eu perdi . E voltei a ser uma pessoa que nunca fui . Voltei a ter o que nunca tive .. apenas as duas pernas . Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar . Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta , era ela que fazia parte de mim , uma coisa encontrável por mim mesma , e sem querer precisar me procurar."
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Pensei no tempo e era tempo demais...
'Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz'.
Mãe!
Minha mãe, pra mim, é sol mesmo quando chove. É chuva, com direito a cheiro de terra molhada do quintal lá de casa, quando tudo fica árido. Silêncio capaz de amansar ruídos que eu não sei como fazer dormir. Voz que me ajuda a acordar esperanças quando elas ficam com preguiça de levantar. Uma presença que sabe acender o meu ânimo quando o breu se esparrama. Primavera para o meu olhar, não importa qual seja a minha estação. Um perfume inigualável. Ela e as coisas todas do mundo dela.
Do texto "Minha mãe", de Ana Jácomo.
Feliz Dia das Mães! Em especial para a minha! ;)
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Ontem!
"Mesmo que sempre tenha dado um valor absurdo para do dia do meu aniversário o de ontem merece uma ênfase maior.
Teve todas as tradições, teve também bolo, presentes e até flores!
Lindas por sinal.
Mas teve principalmente, e em grande quantidade, palavras.
E todo mundo aqui percebe a minha adoração por elas.
Foram elas ditas, ao vivo ou por telefone. Sejam as que vieram escritas, via email, cartão, na forma de caption, disfarçadas de BOO, SURPRESA! Ou em um "bilhetinho" de algumas páginas.
Cada linha com uma forma diferente de me tocar e mexer com as minhas emoções.
Que não foram poucas.
Incrível como até aqueles que não me "conhecem" de fato,
foram capazes de dar tanto significado para o meu dia.
Sem traço nenhum de exagero, só não foi um aniversário completo, e digo em todos os sentidos, porque faltaram certas pessoas para dividir o bolo comigo.
Meu opa, minhas amigas que moram longe agora, alguns primos e tu,
que mesmo sendo no final do dia lembrou do quanto me agrada ser lembrada.
Plagiando os versos de um mocinho lindo aí, eu estou entrando na minha melhor fase. E digo, é gratificante demais poder dividir isso tudo com pessoas tão iluminadas.
Não importa se me acompanhas há 21 anos ou somente há um mês.
Me queres bem?
Então pode entrar, esse meu sorriso também vai para ti.
Embrulhado no papel mais bonito e com um belo laço.
Eu não vou agradecer, eu vou é procurar formas de retribuir cada minutinho de alegria que vocês me proporcionaram ontem.
Versão 2.1, agora."
Jamais!!!
(...) "E aprendi que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. É tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense que está".
terça-feira, 4 de maio de 2010
Hoje!
Fé no que virá!
Eu acredito que tudo acontece por uma razão. As pessoas mudam afim de que você possa aprender a deixar pra lá. As coisas correm mal, para que você possa apreciá-las quando estão boas. Você acredita menos, assim você eventualmente aprende a não confiar em ninguém a não ser você mesmo. E às vezes, coisas boas acabam, para que coisas melhores possam começar.
Sorrir.
Não tem segredo nenhum.
Um dia as coisas simplesmente ficam bem. Do nada. Aquele monte de coisa que sua terapeuta falava e que você não entendia. Até parece que existe esse lance de se amar, você pensava. De repente faz tanto sentido quanto respirar. E aquele monte de coisas que a sua melhor amiga e mesmo a sua mãe falavam. De repente você não precisa mais ouvir, você sente. Um dia você não precisa acordar e fazer o mantra da beleza. Aliás, você nem perde tempo se olhando pra conferir se está ou não bonita. Você tem certeza. E você não precisa checar o e-mail pra descobrir se alguém lembrou de você. Você sabe. Você acorda se achando inesquecível. Simples. E justamente nesse dia seu e-mail bomba com dezenas de amigos, ex-namorados e até primos distantes. E você fica linda com a primeira roupa que pega. E pensar que antes você só saía de casa depois de derrubar os armários em cima da cama. Até seu cabelo que teve infância, adolescência e vida adulta rebeldes resolveu estender a bandeira branca. E não é que as calças voltaram milagrosamente a servir? E você não escreve frases de auto-ajuda com caneta vermelha na sua agenda e circula. Você não precisa lembrar que vale a pena pensar positivo. Você já está pensando. Aliás, você pensa: como é que tanta gente ganha dinheiro com esses livros e palestras que só falam o óbvio? Um dia as coisas simplesmente ficam bem. E não foi por causa da terapia e nem por causa daquele passe espiritual. Também não foi por causa do seu ex que falou que nunca te esqueceu. Não, não foi por causa da meditação, nem da yoga, nem da AMA do abraço, nem do remédio pra dormir melhor, nem das férias na Bahia. Talvez tudo isso somado tenha ajudado, tenha te trazido até aqui. Mas a verdade é que você, finalmente, depois de algumas esfoladas na alma, no fígado e na mente, conseguiu moldar um ser humano feliz. Quem diria: você é feliz! E nesse dia que você está pouco se lixando pro seu celular, ele vai tocar muito. E que você está pouco se lixando pra sua conta bancária, alguém te passa um freela bacana pra fazer. E que você está pouco se lixando se alguém te ama, porque você, afinal, está pagando o maior pau pra si mesma, quem diria: vai receber carinho de gente que você nem imaginava. Um dia as coisas simplesmente ficam bem. E tudo aquilo que está escrito em livros como "O Segredo" não precisam nem de páginas, nem de capa dura, nem de canetas vermelhas para circular e decorar caminhos para a felicidade. Tudo aquilo sempre esteve escrito em você. E você aí, achando que ler o seu próprio livro não ia ter graça nenhuma.
Texto atribuído à Tati Bernardi, não tenho certeza se é dela.
Pretensão
Não sei muita coisa do que quero pra minha vida. E nem tenho essa pretensão. Mas sei isto: quero tudo intenso. Tudo agora. Tudo pra já. Minha vida já está acontecendo e eu não tenho mais tempo a perder com sorrisos amarelos. Com abraços frouxos. Com bocas aleatórias. Com noites sem dias seguintes. Com pessoas que não se dão. Quero viver tudo intensamente. Até a última gota. Correr o risco. Me atirar. E sentir o coração bater forte. Sair pela boca. Me engolir. Ter aquela sensação de não estar cabendo no próprio corpo (mais alguém aqui já sentiu isso?). Quero ser arrebatada. Não conseguir dormir à noite. Acordar com olheiras e estar linda mesmo assim. Quero rir de mim mesma. Rir sozinha no meio da rua. Sair descabelada. Quero andar cantando. E fazer poesia em dia de chuva. Quero cair da escada com as pernas pra cima. Quero um dia. Uma hora. Um minuto. Desde que seja de verdade.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Quase lá.
Eu quase consegui gostar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: "Ei, não quer conhecer minha casa nova?". Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro. Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.
Só dê ouvidos a quem te ama.
Outras opiniões, se não fundamentadas no amor, podem representar perigo. Tem gente que vive dando palpite na vida dos outros. O faz porque não é capaz de viver bem a sua própria vida. É especialista em receitas mágicas de felicidade, de realização, mas quando precisa fazer a receita dar certo na sua própria história, fracassa. Tem gente que gosta de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Tem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Dá conselhos, propõe soluções, articula, multiplica, subtrai, faz de tudo para que o outro faça o que ele quer. Só dê ouvidos a quem te ama, repito. Cuidado com as acusações de quem não te conhece. Não coloque sua atenção em frases que te acusam injustamente. Há muitos que vão feridos pela vida porque não souberam esquecer os insultos maldosos. Prenderam a atenção nas palavras agressivas e acreditaram no conteúdo mentiroso delas. Há muitos que carregam o fardo permanente da irrealização porque não se tornaram capazes de esquecer a palavra maldita, o insulto agressor. Por isso repito: só dê ouvidos a quem te ama. Não se ocupe demais com as opiniões de pessoas estranhas. Só a cumplicidade e conhecimento mútuo pode autorizar alguém a dizer alguma coisa a respeito do outro. Ando pensando no poder das palavras. Há palavras que bendizem, outras que maldizem. Descubro cada vez mais que Jesus era especialista em palavras benditas. Quero ser também. Além de bendizer com a palavra, Ele também era capaz de fazer esquecer a palavra que amaldiçoou. Evangelizar consiste em fazer o outro esquecer o que nele não presta, e que a palavra maldita insiste em lembrar. Quero viver para fazer esquecer... Queira também. Nem sempre eu consigo, mas eu não desisto. Não desista também. Há mais beleza em construir que destruir. Repito: só dê ouvidos a quem te ama. Tudo mais é palavra perdida, sem alvo e sem motivo santo. Só mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas. O que te salva não é o que os outros andam achando, mas é o que Deus sabe a teu respeito.
domingo, 2 de maio de 2010
P.S.
Querida Holly, Eu não tenho muito tempo, não digo literalmente, é que você foi comprar sorvete e vai voltar logo! Mas tenho a impressão de que é a última carta, porque só resta uma coisa pra dizer, não é para se lembrar sempre de mim ou comprar um abajur, você pode se cuidar sem a minha ajuda, é para dizer como você mexeu comigo, como você me ajudou me amando, você fez de mim um homem, Holly. E por isso eu sou eternamente grato, literalmente. Se pode me prometer alguma coisa, prometa que sempre que se sentir triste ou insegura ou perder completamente a fé, vai tentar olhar para si mesma com meus olhos. Obrigado pela honra de ter você como esposa, eu não tenho o que lamentar, tive muita sorte. Você foi a minha vida Holly, mas eu sou apenas um capítulo da sua, haverá mais, eu prometo, portanto aqui vai o meu grande conselho: não tenha medo de se apaixonar de novo, fique atenta àquele sinal de que não haverá mais nada igual.
P.S.: Eu sempre vou te amar.
Trecho do filme P.S. I love you, traduzido.Porque eu adoro esses filmes água com açucar!
Quando a tristeza chegar.
Tristeza é coisa pra se encarar. Não adianta tentar fugir, sem olhá-la, sem reconhecê-la, sem chamá-la pelo nome, porque ela costuma nos alcançar de novo quando cansamos de correr. Não adianta enxotá-la porta afora, sem ouvir o que quer nos contar. Ela finge que vai embora, mas fica lá no cantinho da gente, escondida, sem dar um pio, deixando que continuemos a mentir um bocado para nós mesmos. E quando a gente está todo prosa achando que ela já foi, ela surge diante de nós e nos pergunta se já podemos lhe dar um pouco de atenção.
Tristeza é coisa pra se assumir. Não adianta colocar-lhe à força um nariz de palhaço para disfarçá-la. Enchê-la de purpurina, confete e serpentina, e exigir que sambe no pé o último samba-enredo da escola do coração. Não adianta tentar embriagá-la, porque, depois da ressaca, ela costuma acordar ainda mais chata. Chatíssima, aliás. Não adianta tentar seduzi-la com rodízios de pizza, feijoadas e churrascos. Ela vai comer tudo, empanturrar-se, e depois do café e da soneca vai bater em nosso ombro, a pança cheia, e nos dizer que ela não é boba nem nada.
Tristeza é coisa pra se olhar. Não adianta fazer de conta que ela não está lá, olhando pra gente com aquele olho comprido de quem quer colo. Com aquele ar de passarinho com dor de garganta. Com aquela cara de dia cinza em que não bate sol no nosso quintal. Podemos não gostar do clima que ela tem. Das coisas que nos revela. Dos medos que desperta. Do itinerário dos seus dedos, que apontam dores que ainda não foram curadas. Não dá para ignorarmos que também faz parte da vida. Que, querendo ou não, em algumas circunstâncias vamos mesmo encontrá-la.
Muitas vezes eu me flagrei tentando fugir da tristeza com os recursos mais absurdos. Alguns, até patéticos. A nossa maneira de lidar com as emoções, de vez em quando, é realmente cômica. É claro que a gente só ri depois que passa. Sobretudo, depois que entende. E rirmos de nós mesmos, dos nossos disfarces, das armadilhas, das limitações, tem lá o seu lado positivo, desde que a gente não exagere nessa prática como uma forma a mais de escapar do sentimento.
Tentamos abafar a voz da nossa tristeza em diversas circunstâncias. Da tristeza e também do medo, da carência, da raiva, da sensação de que estamos separados das coisas. Tentamos fingir que não estamos percebendo. Que não é com a gente. Dispomos de uma série de fórmulas testadas e aprovadas para fazer isso com eficiência. Algumas ainda dão certo; outras, não mais. O problema é que quando ignoramos a tristeza ou algum desses outros sentimentos embaraçosos, conseguimos apenas potencializá-los em nós.
A única coisa que a tristeza quer é que criemos espaço para ouvi-la e acolhê-la. Para saber porque está doendo. Para lhe oferecermos olhar e cuidado. É assim que ela começa a esvaziar e a se transformar na ação às vezes necessária. A coragem de assumir que estamos tristes, quando a tristeza chega, não implica permitir que ela nos escravize, a não ser que essa seja a nossa escolha. Ela é uma nuvem que passa, somos o céu que fica.
Do livro "Parto de Mim", 2001.
sábado, 1 de maio de 2010
Meu Deus, não sou muito forte.
Não tenho muito além de uma certa fé - não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora de tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor.
Pra nós todos, amém.
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