segunda-feira, 19 de julho de 2010

Daquilo que podia ter sido.


As paixões são fodidas. E você sabe que chegou ao final da história - with no happy end - quando fala com uma naturalidade que antes era nervosismo. “Tudo bem, quanto tempo“. Bancando a absoluta, ardida por dentro. A taquicardia se transforma numa sobrancelha levantada com desdém. “Ah, tá”. Blasè total, e as paixões se importam, frenéticas. Tentei, tentamos, e a grande merda da vida é ter que lidar com aquilo que não rolou de acordo com o nosso script fantasioso. Na minha cabeça você era uma espécie de redenção. Todos os atributos, todas as qualidades. But, faltava algo. Faltavam mil coisas, detalhes mínimos, palavras certas. Eu te inventei, criação minha, meio delírio. Happy end é brabo: as pessoas crescem para os lados, se afastam, rotina, costume, tédio. Novos desejos, vontades, idéias. No fim, é bom poder sentar num banco e rir, tirar um sarro de tudo que deu errado, fazer o quê? Mas, cá entre nós, é muito triste rir de algo que podia ter sido. Podia ter sido. E não foi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário