quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Egoísta.


"(...) Guardo para mim as palavras que não me atrevi a pronunciar, os planos descartados e os fetos de mim mesma me abortei. Poupei os outros do meu lado mais cruel e impactante, o meu lado mais insano e fascinante. Tenho tudo o que quis, tenho mais do que planejei, e mesmo assim – egoísta! – mal vejo a hora de recomeçar. Não sei se nasci para desempenhar o papel que me foi reservado. Tenho um bom currículo e alguns bens, mas o que é mais meu, minha maior propriedade, nunca foi declarada, minha loucura ninguém sabe onde mora, minha fé nem eu mesma sei onde se esconde."


trecho do livro "Divã"

Do amor.


“O amor é uma coisa feia e terrível praticado por tolos e um dia ele vai te pegar e quando isso acontecer ele vai pegar seu coração e vai deixa-lo sangrando no chão e agora você me pergunta, o que eu ganho no final? Nada alem de algumas incríveis lembranças que não se esquecem.”


"É Zé... não sinto nada, nadinha!


(...)"No domingo veio o Gustavo". Esse eu confesso que não é o que se pode chamar de irmãozinho, ainda que a gente já tenha tomado muitos banhos juntos. Mas olha, seu Zé, que menino mais fofo: veio me trazer um presente. Uma luminária super bonita, dessas de chão. Você não acha que ele mereceu aquele beijo que eu dei nele no elevador? Eu sei que o senhor viu, sei bem. E sei também que o senhor viu que não foi bem um beijinho inocente. Mas ele não merece? Um presente bacana desses, veja só! O senhor entende, né?Na terça tava um silêncio danado na rua, a maior paz. E eu sei que acordei o senhor. O senhor tava lá dormindo escondidinho na guarita, não tava? E eu no interfone desesperada pra subir logo. Mas o senhor logo entendeu meu desespero, não foi? Não vou enganar o senhor não, pra esse eu dei mais do que um beijo safado no elevador e uma mordiscana irmã no braço. Pra esse eu dei banho e fiz até torrada no café da manhã. O senhor viu como ele era bonito? Nossa. Ah, o senhor reparou também que ele é bem mais novo do que eu? Caramba, seu Zé, mas tá tão na cara assim? Só porque ele usa o moletom da faculdade? Aliás, que moletom mais cheiroso, seu Zé. Que será que tá acontecendo comigo, heim? Ando muito a fim desses garotinhos que ligam pra avisar a mãe que não vão voltar. Será que é a crise dos 30, Zé? Ou será que já que o cérebro de um de 20 é o mesmo que o de um de 50, então pelo menos vamos ficar com o melhor desempenho na corrida dos 100 metros rasos? Essa vida viu, Zé. Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra. Uma tora. Um macho. Na quarta eu não vi o senhor, mas será que o senhor me viu chegando cedinho, com o dia amanhecendo? Balada, Zé. E da boa. Sabe quem tava lá? Esse mesmo. Ele que veio me trazer, o senhor não viu? Ah, o senhor viu? Que vergonha. Eu tava meio caindo pelas beiradas não era? Era sono. Tá, um pouco disso e um pouco daquilo também, mas basicamente sono. O senhor não viu ele indo embora? Então somos dois. Mas vou confessar pro senhor: adoro quando eles vão embora sem me dar nenhum trabalho. Se eu cobro? Que é isso, seu Zé! Tá louco? Sou menina de família! Escritora, publicitária e a espera de um grande amor. Mas to me divertindo, ué. Não é isso que mandam a gente fazer? Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, to só obedecendo todo mundo. Não é isso que todo mundo acha super divertido? Beber e fumar, e beber, e fazer sexo sem amor, e beber e fumar e dançar e chegar tarde e envelhecer e não sentir nada? Sabe Zé, no começo doeu não sentir nada. Mas eu consegui. Eu não sinto nada. Nada. Uns vem, uns vão. As garrafas tão lá, ao lado do lixo. As cinzas saem dançando por aí. As minhas vão junto. No dia seguinte eu acordo, tomo um banho, passo protetor solar, sento na minha varanda com o meu jornalzinho e ó: nada. Nadinha. Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era linda, Zé, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa. Mas hoje é quinta, hoje tem visita. Hoje tem risada alta, tem festinha, tem maquiagem e música. O senhor promete que não me julga, Zé? Eu sei que você se atrapalha, liga aqui pra cima e fica até mudo. São tantos nomes, não é? Mas é só fazer que nem eu: chama todo mundo de “o outro”. Todos são outros. Porque o de verdade, Zé, o de verdade não existe. A gente chora, escreve lá umas poesias profundas, chora, mas um dia a gente acorda e descobre que esse aí não existe não. Amanhã é sexta, um novo dia. Um novo outro qualquer. Eu queria te dizer que eu sinto muito, Zé. Mas eu não posso te dizer isso porque a verdade é que eu não sinto mais nada. Nadinha, Zé."

E não é você!


"E realmente é bom saber, que tem outra pessoa pra pensar. E não é você."

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Das exatidões.


"Não roube os meu desejos mais secretos. Deixe-os guardados e calmos no canto que os escondi. Deixe os meus suspiros e arrependimentos em tranqüilidade aparente. Não é a hora exata? Não somos exatos! A exatidão me aborrece. A compreensão me deprime. Sua solidão me enlouquece."

Esses dias...


"(...) me peguei pensando que eu não penso mais em você."

"Tá aí. Entendi, eu acho.


(...) Depois de uma pilha de relacionamentos frustrados, e mais uma fila, de gente arrependida, eu não sou categorizada como mulher pra namorar. E não, não fico triste. Até abro um sorriso. Não sou mulher pra namorar. E o maior problema nisso tudo: sou mulher pra casar! É isso mesmo. Todos querem me congelar. Pensam em me guardar num potinho; quem sabe pra daqui uns anos, ou algum dia, quando a tão falada estabilidade financeira chegar. Depois que dou as costas, acabam se tocando que como eu, mais nenhuma. Poucas, quem sabe. E vão penar até encontrar.
Existe uma diferença, mesmo que sutil, entre mulheres namoráveis e musas pra uma vida inteira. E as declarações póstumo-amorosas que escuto dos coitados que não aproveitaram a chance maravilhosa que era me ter ao lado, e não souberam aproveitar, reforçam ainda mais o coro. Ficam no pé por dias. Alguns, estão implorando à meses. Pode demorar, mas voltam. Sempre, sempre. Isso, se você for menina de véu e grinalda, que se sonha em deitar sob a grama e olhar as estrelas. Se não, desculpa, mas você fica na categoria de temporárias. Uma pena.
Mulher pra casar é aquela que sai com os pés firmes, e sabe o caminho de volta. Consegue adequar sua vida, com ou sem um cara. A sonhadora de tempo-curto, coloca outro, ou até mesmo, no plural, no lugar. E ainda assim, não é feliz, se embola ainda mais em encontros mornos, amores requentados e chances boas desaproveitadas. A futura casada chora tudo que tem pra chorar num dia, ou no máximo dois. Fala o que tem a dizer, e escuta de pé o que não precisaria ouvir. E ainda assim, mantém a sua integridade, e caminha sorrindo, sabendo que a vida pode lhe reservar surpresas mil, quem sabe na próxima porta. Ou janela. A apenas-namorável não diz o que pensa, muito menos o que sente. E continua a procurar o mal-feitor, aquele que já está em outra, e nem aí. Fingindo ser superior, e não notando, o quão ridícula pode soar, com todo o seu teatro. Realmente, uma comédia. Casável, e sua vida própria; namoradinha, e largo tudo pra te ver. Agorinha. Na mão, quando quer. Uma desvalorização que beira ser pior que a Bolsa de Valores.
Mulher pra casar mantém intactas as suas prioridades, e mais: seus gostos. Não é porque o rapaz curte um pagode, que ela larga o seu bom e velho rock de lado. Continua pintando as unhas de cores experimentais. Não afoga seu estilo moderno, porque ele é conservador. Faz mais do que isso: consegue a façanha de o fazer amar tudo isso. Ela encanta. E o deixa também encantado. Sabe se adequar às diferenças, e que além de tudo, dão cor aos (bons) relacionamentos. Ele não se sente preso. E sim, quer prender essa criatura encantadora a qualquer custo. Não pode, e nem quer, deixar pra mais ninguém. Pena que, se dêem conta disso somente depois de algumas pisadas na bola; e a guria já longe, alheia. Distante. A menina para namorar, não. Finge gostar do que detesta, e vai além com seu script: gosta de tudo o que o cara gosta. Tudinho. Pra estar grudada, enclausurada, unida nele. E não percebe, que se mantém cada vez mais longe, é do coração que queria atingir. Qualquer coisa está boa. E é assim que ele a vê: qualquer coisinha. Aperitivo.
Mulher pra casar, e seu jeito único. Garota de namoro, e a atitude que tantas tiveram. Seu tempo, ruindo com o vento. Ampulheta baixando, e tic-tac: hora de dar tchau, sábios Teletubies.
Quase-noiva e amor com sexo; namorada, e sexo sem amor. Tesão, apenas. Válvula de escape. Mulher pra casar, e nenhuma preocupação em agradar; menina da vez, e apenas porque era o momento DELE de dar um tempo das festas, e parar. E surpresa: você estava ali, sem nada melhor. Ele também, acredite. Casável, e sua marca registrada. Eterna. Namorável, e uma a mais na lista. Temporária. Aquela que se sonha em ver rodeada de filhos, e pilotando um fogão, e não tem nenhuma vontade disso. E sim desejo de viajar, construir carreira, e pular de para-quedas. Essa, pra one night stand, e vê-la nua. Quem sabe, por mais alguns dias. E ela que abandone os planos pra essa noite, pra quando o boy quiser. Um grande diferencial: uma tem metas, sonhos e delírios, além de um homem. A outra, deixa tudo de lado, por uma pessoa de carne e osso, como ela. Vida própria, não existe. E amor próprio, menos ainda. Amigas, adeus. Colégio, de mal a pior. E o que ela ganha, é apenas estabilidade (com tempo marcado) e segurança. Uns chifres na cabeça, que a sociedade é ainda muito machista e hipócrita. Tradução: tédio e enganação. Os homens escolhem quem vão namorar, mas na maioria das vezes, não tem o mesmo poder sob quem os faz comprar uma aliança para dois. O coração, e a vontade de ter ao lado deles alguém livre, independente e equilibrada, somada ao amor por uma criatura singular e diferente, é o que dá liga. É o que embarca os sonhos. Fazer outra pessoa ter vontade, e não, ser pego pela barriga ou pelas circustâncias (leia-se: gravidez ou comida, tudo aqui vale).
Depois da centésima decepção, e a volta de mais um ex-qualquer-coisa, é o que concluo. Acreditem: tenho mais de quatro no pé, ou melhor, nas mãos. E tão fugaz e excêntrica, não quero nenhum deles. O timer já tocou faz tempo, i'm sorry. É isso, entendi sim."


"Não estou fazendo charme, estou te ignorando mesmo."


“Não quero pensar, não quero fazer planos, não quero criar expectativas.
Quero apenas que os dias passem.”

Nunca é do jeito que eu queria. E quando é, eu não quero.



"O problema não é a saudade viver batendo, o problema sou eu viver apanhando."

"Quem pode explicar o que me acontece dentro?


(...) Eu tenho que responder às minhas próprias perguntas. E tenho que ser serena para aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho que ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto. A liberdade é atraente quando existe como promessa, mas nos enlouquece quando se cumpre. Somos todos prisioneiros das nossas escolhas, por mais voluntárias que elas tenham sido. Mãe é sempre um escudo. Não importa a idade que temos, há sempre um momento em que é preciso chamar um adulto. Vivo cercada de pessoas, mas nunca somos nós mesmos na presença de testemunhas."


trecho do livro "Divã"

terça-feira, 28 de setembro de 2010

"O amor é uma espécie de preconceito.


(...) A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece."

Do que eu sei.


"...eu sofro sendo assim, eu sofro porque, quando você acha mais da metade do mundo babaca, você passa muito tempo sozinho."

Talvez eu deva parar.


"Talvez eu deva parar de agir como uma estúpida quando o assunto é você, talvez. Fico impressionada como perto ou longe você faz alguns estragos irrecuperáveis. Seria muito bom ser feliz sinceramente de novo, e tudo por que você não está aqui. Você é meu ponto fraco e você sabe disso, você deveria ter levado a sério quando eu disse que te amava."

Dez anos.


- Amanhã faço dez anos. Vou aproveitar bem este meu último dia de nove anos. Pausa, tristeza. - Mamãe, minha alma não tem dez anos. - Quanto tem? - Acho que só uns oito. - Não faz mal, é assim mesmo. - Mas acho que se deviam contar os anos pela alma. A gente dizia: aquele cara morreu com 20 anos de alma. E o cara tinha morrido mas era com 70 anos de corpo. Mais tarde começou a cantar, interrompeu-se e disse: - Estou cantando em minha homenagem. Mas, mamãe, eu não aproveitei bem os meus dez anos de vida. - Aproveitou muito bem. - Não, não quero dizer aproveitar fazendo coisas, fazendo isso e fazendo aquilo. Quero dizer que não fui contente o suficiente. O que é? Você ficou triste? - Não. Vem cá para eu te beijar. - Viu? eu não disse que você ficou triste?! viu quantas vezes me beijou?! quando uma pessoa beija tanto outra é porque está triste.

Clarice Lispector - A Descoberta do Mundo

domingo, 26 de setembro de 2010

Domingo é meu inferno astral.


"Duvido que haja algo mais entediante. É dia de descansar, de almoço em família, de ir ao parque: o domingo é benevolente demais. Não tem a malícia do sábado nem a determinação da segunda. É um dia em cima do muro, não é dia de festa nem de trabalho. Nem lá, nem cá. Nem mais, nem menos. Suporto tudo nessa vida, menos as fases transitórias, aquelas onde já abandonamos o lugar em que estávamos mas ainda não chegamos aonde queremos. Viajar de avião, por exemplo. Tem coisa que nos deixe mais sem chão, literalmente? Estrada tem ao menos a paisagem para distrair, e quem quiser sair do carro, sai. Mas você não pode sair de um avião. Nem de um domingo. Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. (...)
Um filme mais ou menos um livros mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser pertubador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.
(...) porque as coisas boas e as coisas ruins exigem uma explicação. Coisas mais ou menos estão explicadas por si só. O clima lá em casa não anda mal, mas também não anda muito bem. (...) Não há euforia, mas também ninguém esta triste. Não há bom humor nem mal humor, não há surpresas nem decepções. Se as coisas estivessem ruins, valeria a pena sentarmos para um papo, buscar alternativas, fazer uma terapia.
(...)Eu deveria provocar Gustavo para que ele berrasse um pouco comigo, me atirasse um copo, fizesse a mala e fosse embora de casa. Gustavo deveria me provocar para que eu sentisse ciúmes, revistasse seus bolsos, me preocupasse com seus atrasos. Gustavo e eu deveríamos começar de novo como numa segunda-feira, deveríamos ficar bonitos como num sábado, deveríamos nos amar como fazíamos todos os dias. Ele sabe, eu sei. Está na hora de saltarmos desse domingo em movimento."

Dos disfarces.


"Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente. Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar. Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho."

Das madrugadas.


"Madrugadas já não me fazem bem, eu fico depressiva, penso coisas sem sentido, surto. Antes o dia era depressivo para mim, a noite, a madrugada me libertavam, agora deprimem enquanto o dia me alegra. Hoje eu tenho muitos motivos que me alegram durante o dia, muitos mesmo e que me fazem tão bem."



"Me dei conta de que essa é a pior e a melhor fase da minha vida. Eu nunca andei tão triste e nem tão feliz. Foi difícil enterrar tantos mortos e tantas rotinas, mas está sendo muito fácil viver dentro de mim."

"Caí por você, mas levantei por mim."

sábado, 25 de setembro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

É isso que surge.


"Uma xicará de café e uma colher de pensamentos. É isso que surge quando paro pra pensar na vida. Os pensamentos tomam conta de mim, e na maioria das vezes a dor surge. Dor do passado, e dor do futuro. Não bem dor do futuro, mas o medo do futuro. As lembranças tomam conta, quem sabe seja a mesma sensação de estar com uma droga no organismo. Mas não tenho idéia de como seja essa sensação. Só sei que dói, é triste, angustiante. As lágrimas caem, mas o passado fica intacto."


Da sensação.


"Todos nós somos assim, frágeis, em circunstâncias que fogem ao nosso controle. São as tais ressalvas. A maioria delas provocada à força, quando somos revisitados pela mesma velha, humana e implacável sensação de abandono."

Do que se deve manter.


"A gente batalha tanto pra perder a inocência e finalmente enxergar as coisas com clareza, que nos permitimos endurecer durante o caminho para finalmente alcançarmos este estado. Nem tudo que a gente conserva de puro merece ser abandonado. Assim como os anos não anulam o que já foi vivido, a maturidade não anula o que já foi sonhado!"

Da dor.


“Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.”

E mais uma vez


"(...) eu fico aqui sozinho, sem ter você por perto. Um sorriso seu me deixaria mais calmo no meio de tantos problemas. Cada minuto e cada segundo que eu passei ao seu lado, ficaram guardados comigo e eu vou deixa-los aqui, no meu peito pelo resto da eternidade. Apesar disso ser um tanto nostálgico, eu quero isso. Por mais que me doa o coração."

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fine!





- I`m fine.

- Define fine.

- Fucked up. Insecure. Neurotic. Emotional.

Me permito dizer.


"Queria dizer pra vocês que eu enchi quatro sacos de coisas velhas e mortas e joguei no lixo. Queria dizer pra vocês todos que, pela primeira vez na vida, por pura preguiça de andar pra trás ou aceitar um amor de quem tem medo de esperar pelo amor, eu disse basta. Queria dizer que eu não acho mais que fulana passou do peso, que fulana passou da conta de imbecilidades e que fulano se esqueceu de ser real. Eu apenas queria dizer que eu tô bem em forma, sou bem bacana e, graças a Deus, tenho plena certeza do que vim fazer nesse planeta. Queria aproveitar para fazer um elogio a mim, sim, chega de me detonar. Queria te dizer, sua escrotinha que dorme comigo todas as noites, que nenhuma das vezes em que eu cheguei perto da janela e fiquei na ponta dos pés, eu estava sendo sincera. Queria te dizer que, apesar de você se sentir imensamente sozinha de vez em quando, eu sou milhares, e todas essas milhares te acham a melhor mulher do mundo. Queria bater palmas pra todas as vezes em que você sacrificou o que você mais amava em nome de seguir a diante com o teu fígado e todas as vezes em que você ficou pequenininha para que ficar grande fosse ainda maior. Obrigada por nunca ter fugido de mim, obrigada por ter me encontrado, obrigada por estar aqui. Confie que agora, de dentro de mim, conquistar o mundo vai ser ridículo. Ah, e tem mais: sua bunda até que é bonitinha, mas o resto é um arraso. Hoje eu acordei nervosa e irritada com a minha viagem, aí parei e pensei: chega de se boicotar minha filha, tá na hora de você ser muito feliz."

Não mais.


“Não te amo mais, queria dizer a ele, pela primeira vez, sem esperar que ele sofresse com isso. Sempre quis que ele sofresse com o dia em que eu não o amasse mais. Mas justamente porque eu não o amo mais, nem quero mais que ele sofra. Aliás, não quero mais nada.”

Da vontade maior.


"Tanta vontade de viajar para bem longe, conhecer outras pessoas, ver outras paisagens, romper todos os laços, sem deixar endereço, e só voltar quando não existir mais vertigios de sentimento que está acabando comigo."

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

E essa falta cresce à cada dia, de forma avassaladora.


"De noite em meu quarto, desligo as luzes e vou deitar. Mas antes de dormir paro pra refletir; Como foi meu dia, em que eu errei, o que eu repetirei amanhã .. Quando bate a tristeza, fecho os olhos e tento chorar, mas as lágrimas não caem, talvez porque eu não seja corajosa o suficiente; Fico pensando se tem algo que justifique minha vida, e acabo adormecendo. Sonho com o dia em que ficarei bem novamente."

Da dúvida.


"Esperar dói. Esquecer dói. Mas não saber se deve esperar ou esquecer é a pior das dores."

"Meu coração em luta com meu cérebro, até algum cansar, até algum parar.'


''Eu sei que sou exatamente o que 98% dos homens não gosta ou não sabe gostar (apesar de eles nunca me deixarem em paz). Eu falo o que penso, abro as portas da minha casa, da minha vida, da minha alma, dos meus medos. Basta eu ver um sinal de luz recíproca no final do túnel que mando minhas zilhões de luzes e cego todo o mundo. Sou demais. Ninguém entende nada. E eles adoram uma sonsa. Adoram. Mas dane-se. Um dia um louco, direto do planeta dos 2% de homens, vai aparecer. "

Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento.


"O senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e se recusa a envelhecer."

Das coisas.


"Fico tão cansada às vezes, e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. {…} Claro, é preciso julgar a si próprio com o máximo de rigidez, mas não sei se você concorda, as coisas por natureza já são tão duras para mim que não me acho no direito de endurecê-las ainda mais."

Do ser.


"E lá vem você me perguntar porque é que estão todos casando, e falar pela trigésima vez que você vai acabar sozinho e não deve nada a ninguém. E lá vem você me olhar apaixonado e, no segundo seguinte, frio. E me falar para eu não sofrer e para eu ir embora e para eu não esperar nada e para eu não desistir de você. E eu me digo que não é você. Porque, se fosse, meu sono seria paz e não vontade de morrer."

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"A Julieta era uma idiota.


(...) Porque ela se apaixona por aquele cara que ela sabe que não pode ter… Todo mundo acha isso tão romântico: Romeu e Julieta, amor verdadeiro… que triste. Se Julieta foi burra o bastante para se apaixonar pelo inimigo, beber uma garrafa de veneno e ir repousar num mausoléu, então ela teve o que merecia."

Por fora até pareço forte, mas a verdade é que por dentro eu sou frágil como uma porcelana.


"Eu hoje fui ao banheiro duzentas vezes para ficar longe do meu celular e do meu e-mail, ficar longe de todas as possibilidades da sua existência. Me olhei no espelho bem profundamente para enxergar minhas raízes e ganhar força, chorei algumas vezes, fiquei sentada no chão do banheiro, para ver se meu corpo esquentava um pouco ou porque estava mesmo me sentindo um lixo. O ar-condicionado hoje está insuportável, mas eu não acho que mude alguma coisa desligá-lo."

Princípio da convivência: se coloque no lugar dos outros.


"Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligavam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali."

Sou a opção de um romantismo exagerado e sem vergonha de ser assim.


"Ele simplesmente não me vê. E isso. Ah, e isso me deixa mais a fim ainda desse sujeito. Como eu curto um ser desgraçado que caga pra mim. Que faz rir mulheres medonhas e ignora a existência daquela mocinha tão cheirosa e dadivosa. Com capacidade e intenção de tratá-lo como um rei espanhol e suas mil súditas. E eu fazendo o papel de mil. Sem cansar jamais. Ou cansando assim que ele me olhar."

E eu me pergunto se você já parou para pensar, “cara, eu sinto falta dela.”

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Impressionante como a gente sofre por nada.

Impressionante como a gente sofre por nada.Um cheiro que mexe com você,um jeito de olhar contido,uma idéia inteligente,várias na verdade. Não,não é nada disso,a gente sofre é pela impossibilidade.

(...) Um cheiro que mexe com você,um jeito de olhar contido,uma idéia inteligente,várias na verdade. Não,não é nada disso,a gente sofre é pela impossibilidade."