domingo, 13 de junho de 2010

Como não me entregar?



"Eu avalio as possibilidades toda hora. Essa é uma das minhas péssimas qualidades. É que eu falei com ele porque ele era o amigo de um amigo da outra. E foi bom que só, porque ele é dono de palavras doces e me prometeu cores. De cores e palavras doces, eu gosto. Aí, ele chegou e eu quis falar com ele porque ele é ele e isso é tanto, mas tanto, que desconfio que ele nem saiba. Não, acho que ele não sabe que é dono do sorriso e do olhar mais ternos desse mundo, que tem um abraço que dá vontade da gente morar dentro e que eu não queria que ele fosse embora nunca mais. Acho que ele percebeu ali, naquele instante. E quando eu olhei pra ele sentado naquela escada senti um daqueles instantes de felicidade que enchem o peito de um não sei quê de ternura e desanuvia a confusão dos dias. Aí, pensei que podia passar horas ali sem nenhum movimento mais, mesmo com a vida correndo lá fora. Porque a pressa que mora aqui dentro, desacelerou. Eu começava e terminava naquele exato momento, sabe como é? Assim: sem antes, nem depois. Ele era o sorriso nos meus dias mais azuis e amarelos e rosas e verdinhos. A palavra mais doce de sentir, o tão doce de olhar. Então, quando aconteceu de não saber o que sentir por ele, fechei os olhos e lembro que sorri bobo e me senti boba e não me importo porque eu acho que bobo é quem não se deixa levar assim. Eu me entrego."

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