quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Da sina.



Zé: Vortô pra ficá, né?
Maria: Não, achu qui minha sina é sempre caminhá
Zé: Tu carece é di criar raíz minina
Maria: Num fala assim Zé, eu sinto qui andei, andei, andei e num cheguei a lurgá nenhum, sinto qui um tanto di coisa eu perdi e um tanto di coisa eu num consegui achá... Vivê é assim mermo Zé? Essa coisa doida qui muda sempre? A separação di quem a gente quer? Andança sem pará Zé? Parece tudo sonho. Vivê é isso Zé? E o amô Zé, quando é di verdade? E filicidade Zé, quando é de verdade?
Zé: Ói, a filicidade é o contrai do amô né? A filicidade...
Maria: E na vida Zé, o que vem dipois da morte?
Zé: Num sei. A gente só sabi perguntá, num sabe responder não
Maria: Acho que meu distino é sempre fazer o caminho di vorta. Adeus Zé!
Zé: Mas será pussivi minina qui nossa sina seja sempre si dispidi
Maria: É não Zé! Nossa sina é sempre si incontrá.


(em 'Hoje é dia de Maria')

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